40 anos de Axé Music

Daniela Mercury comenta polêmica envolvendo Claudia Leitte e critica 'tribunal da internet'

Cantora defende que o assunto deve ser discutido pela sociedade com respeito

Daniela Mercury na Piatã
Foto: PSNotícias

Em clima de comemoração pelos 40 anos de história do Axé Music, a cantora Daniela Mercury participou nesta quarta-feira (15) do programa Buxixo, da Piatã FM. Na ocasião, a artista falou com o PSNotícias sobre modificações em letras do gênero musical por questões religiosas, a exemplo da polêmica envolvendo Claudia Leitte.

O caso ganhou repercussão em dezembro, quando a cantora mudou, mais uma vez, a letra da música ‘Caranguejo’. Claudia trocou a palavra “Yemanjá” para “Yeshuá”, que quer dizer “salvar” em hebraico e tem outras variações: Yeshuah, com H no final, que significa “salvação”, e Yehoshua, que vem a ser “Deus salva”.

“Eu não gosto de polêmicas ou de linchamentos públicos, nem de colocar ninguém nesse tribunal da internet, que discute as coisas com muita superficialidade. É um assunto importante ter tolerância religiosa ou lutar pela tolerância religiosa num país democrático, e acho que é importante que a sociedade discuta o que acha, o que pensa, com respeito, porque a gente tem liberdade de se expressar, mas é importante também pensar que isso é algo bastante delicado diante de toda uma história de exclusão, de invisibilidade, da invasão dos terreiros”, frisou Daniela.

Amizade

Além da parceria musical no Axé e em canções como “Cidade Elétrica”, Daniela destacou a amizade com Claudia Leitte e saiu em sua defesa. A “Rainha do Axé” entende que é preciso diferenciar a arte de interpretar as canções e a “mensagem religiosa”.

“Eu sou amiga de Cláudia, acho que cada um tem que responder por si, explicar porque ela sente a necessidade de fazer isso. Ela tem o direito de falar do jeito dela, como ela pensa. Eu tenho uma sensação muito clara de que quando a gente está em cima do palco a gente está fazendo arte, a gente não está levando nenhuma mensagem necessariamente religiosa, que os orixás fazem parte da nossa cultura, como a gente canta o hino do Senhor do Bonfim. Arte não é religião, arte é arte. Quando a gente vai para cantar, a gente está cantando a cultura da nossa cidade. Infelizmente, nem todo mundo pode ter a tranquilidade de reforçar questões culturais que podem ser associadas à religião. Isso é uma questão delicada, subjetiva e pessoal também”, opinou a cantora.

Assista:

>>>Siga o canal do PSNotícias no WhatsApp e, então, receba as principais notícias da Bahia, do Brasil e do Mundo.