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Camila Pitanga fala sobre gênero e raça: “Não vamos nos calar”

A declaração ocorreu em apoio a uma professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) que sofreu ameaça de morte

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“Nós não vamos nos calar”, afirmou a atriz e diretora carioca Camila Pitanga na noite desta quinta-feira (23), na abertura da última edição de 2017 do projeto 'Mulher com a Palavra', no Palco Principal do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador. A declaração ocorreu em apoio a uma professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) que sofreu ameaça de morte por desenvolver pesquisa sobre gênero. Engajada, a atriz também é embaixadora nacional da ONU Mulheres e membro da ONG Humanos Direitos.

Esta edição do projeto, que é uma realização do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), teve como tema 'Negra, Sim!'. “Eu acho que falar sobre a nossa autoestima, o nosso orgulho negro, é um excelente ponto de partida. E não há lugar mais acolhedor, maior celeiro desse tipo de sentimento que a Bahia. A ancestralidade, toda a luta, a resistência, o ativismo feminino e negro que existem aqui são disseminados em várias expressões, seja pela maneira de se vestir, seja pelo aspecto da religião, dança e cultura que transbordam na Bahia. Tudo isso trata, sim, sobre ser negra e ter muito orgulho disso”, disse Camila.

Mediado pela jornalista Vânia Dias, apresentadora e repórter do programa Soterópolis, revista de arte e cultura da TVE Bahia, o bate-papo teve ingressos esgotados e trouxe a questão de gênero para o mês da Consciência Negra. "É muito importante a gente debater esse tipo de conteúdo, principalmente no Novembro Negro, porque ainda estamos representando uma condição de exceção. Que a gente tenha mais e novos exemplos positivos de negritude”, destacou a jornalista.

Durante o bate-papo, Camila, que tem mais de 20 anos de carreira, com passagens pelo teatro, TV e cinema, relembrou a carreira, militância social e vida pessoal. “Eu tenho esse fenótipo, mas claro que, infelizmente, essa falsa democracia racial faz com que eu tenha uma certa proteção. Mas isso não blinda o meu olhar para esse racismo que está aí”, explicou a atriz.

Fonte: Secom // AO