O clima já é de contagem regressiva para a Bienal do Livro da Bahia. E não são só leitores e escritores que estão com grande expectativa para o maior evento literário do estado, que promete movimentar a capital baiana entre os dias 26 de abril e 1 de maio. O aquecimento do segmento literário na Bahia tem fomentado o crescimento de uma gama de profissionais que atuam nos bastidores dando suporte a escritores e a todo mercado editorial.
O Studio Palma, especializado na assessoria e curadoria de produtos e projetos editoriais, vai marcar presença na Bienal com um catálogo de 60 escritores.
“Serão momentos de interação e muita troca de conhecimento. O Studio Palma se propõe a incentivar, orientar, assessorar a carreira literária e toda cadeia editorial de um livro”, define Ester Figueiredo.
Com a expertise de quem assina a curadoria da Feira Literária de Mucugê (Fligê), uma das principais festas literárias da Bahia, Ester percebeu a importância de qualificar o cenário e formar profissionais para atuar em eventos literários.
“Nossa especialidade é formar pessoas com foco na realização desses encontros literários, além de ofertar cursos, fomentar publicações, projetos, consultorias, mentorias e serviços educacionais com este foco. A essência que buscamos compartilhar com os públicos envolvidos é de conhecimento em literatura, educação, cultura, arte e formação”, define.
Claro que outro grande diferencial é ofertar produtos que atinjam os profissionais do mercado editorial e gerem visibilidade à trajetória de escritores, bem como de suas obras. Durante a Bienal, os 60 autores que integram a programação do Studio Palma terão visibilidade e comercialização de seus livros garantida em todos os dias do evento, além da rica troca de experiência e intercâmbio entre autores. “Vamos ter coletivos literários com espaço para lançamentos. Faremos sessões de autógrafos, rodas de conversar e momentos de interação dos escritores com o público”, antecipa Simone.
Idealizadora e mobilizadora da Rede colaborativa de curadoria literária, atuando também na Feira Literária de Canudos (FLICAN), a educadora Ester Figueiredo celebra o aquecimento do mercado literário e crescimento da realização de feiras ao longo de todo ano no estado e aponta a educação como grande catalizadora deste necessário movimento cultural. "A ação da literatura com a educação se fortaleceu por meio de iniciativas no conjunto de propostas pedagógicas das instituições de ensino, induzidas por organismos institucionais, como a FLIFS, em Feira de Santana, que conta com participação da universidade e terceiro setor", destaca.
Na avaliação da sócia fundadora do Studio Palma, a Bahia sempre foi cenário nacional e internacional quanto o assunto é produção literária. “Pode soar irreal esta afirmação, mas somos terra mãe e fluxos atlânticos com todos os continentes (…) As escritoras baianas se movimentam, tanto na literatura para as infâncias, como com coletivos diversos, como a prosa e a poesia, destacando-se as autorias que abordam o feminismo negro e escritoras jovens, com produções em gêneros diversos. A literatura produzida por pessoas LGBTQI têm expressões que exploram narrativa de romance e que abordam temas considerados sensíveis ao mercado editorial, mas um filão cada vez mais procurado", aposta Figueiredo.