Em clima de comemoração pelos 40 anos de história do Axé Music, o cantor Armandinho foi o entrevistado do Buxixo, da Piatã FM, nesta terça-feira (14). O músico resgatou a origem do nome “trio elétrico”, relembrou o início da carreira e revelou como a guitarra baiana tornou um marco do Carnaval de Salvador.
Cantor, compositor e instrumentista, Armandinho é um dos precursores e responsáveis por perpetuar a tradição do trio elétrico e do Axé Music. Filho de Osmar Macedo, um dos inventores do trio elétrico e da guitarra baiana em parceria com Adolfo Antônio do Nascimento (Dodô), ele carrega a música baiana na veia desde a infância e dá sequência ao legado da dupla que nomeia os dois circuitos mais famosos do Carnaval: circuito Dodô (Barra-Ondina) e Osmar (Campo Grande).
O trio elétrico foi criado em 1951 pelos músicos Osmar Macedo e Dodô, ainda de forma muito simples. Um carro era utilizado como base e somente os cantores em cima. Assim, o veículo do modelo Ford T de 1929 foi apelidado de Fobica Elétrica. Nascido em 1953, Armandinho acompanhou toda a evolução do modal. O cantor revelou que parte da evolução se deu por causa de um desejo dos percussionistas que também queriam fazer o circuito em cima do carro.
“Eu nasci, me criei vendo essa história. Fui crescendo me apaixonando pela música do meu pai, ele tocando. A relação, Dodô e Osmar, foi muito intensa, muito amiga eu diria, de parceria, meu pai com as músicas que fazia, com a metalúrgica fazendo os caminhões do trio elétrico. É a partir daí que começa a botar na rua, a partir de um carrinho, aquele carrinho Ford 29, sai pela primeira vez. O negócio fez tanto sucesso, só que os percussionistas que vinham andando pela rua, diziam não, a gente também quer andar em cima do carro. Meu pai botou uma caminhonete. Ficou ótimo, todo mundo gostando, aumentaram o som, aí botaram no caminhão e já saíram com o caminhão”, explica o cantor.
Origem do nome ‘trio elétrico’
Sobre o nome “trio elétrico”, Armandinho conta que a nomeação foi dada por causa de um terceiro integrante no grupo: Dodô, Osmar e Temístocles Aragão (Temí). Contudo, apesar de fazer parte do conjunto, Temístocles não saía no trio.
E se engana quem pensa que a criação de sucesso de tantos carnavais foi toda projetada visando o lado profissional. O conjunto de Dodô, Osmar e Temí nasce a partir de uma brincadeira, a qual para Osmar era realizada para eles “tomarem uma biritinha”, ou seja beber, entre amigos.
“Era para ser Dodô, Osmar e Temí, mas Temi não saía no trio. No trio era meu pai [Osmar] montando o caminhão, Dodô montando o som. Não era um conjunto profissional não, era uma brincadeira deles. Meu pai dizia assim quando ele via essa quantidade de trios elétricos: é verdade, fiz isso com o Dodô para tomar uma biritinha no carnaval”, revela Armandinho.
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