Em "Malhação", o personagem Henrique – vivido por Thales Cavalcanti – é soropositivo e, durante um jogo de basquete, se machuca ao trombar com Luciana, Marina Moschen. A garota acaba tendo contato com o sangue do rapaz, que fica preocupado com a situação e acaba revelando que é portador do vírus HIV. Após a repercussão das cenas, a mãe de Cazuza, Lucinha Araújo, fez uma carta aberta no Facebook repudiando a trama e a atitude da Globo, por "desserviço à saúde pública".
Autor da novela, Emanuel Jacobina, declarou ao jornal carioca Extra que não se assustou com as críticas que vieram em relação ao roteiro e que a discussão é sempre válida. "Pensei muito nas consequências que o tema poderia causar, sim, quando escrevi a história. Inclusive, há 15 anos, fui eu quem tratei do assunto AIDS em 'Malhação' com a personagem Érica, que era Samara Felippo. Lógico que vou levar em conta a crítica. O fato é que não existe consenso entre os médicos para os casos em que há necessidade do coquetel. É uma discussão em andamento no meio", disse.
Jacobina ainda continuou , explicando a escolha feita para a abordagem na novela. "Acho que a crítica que a Sociedade Viva Cazuza me fez foi uma contribuição ao debate. Uma pessoa soropositiva oferece risco quase nulo de infecção a quem pratique esporte com ela. Porém, se não falarmos sobre esse risco mínimo, o preconceito vai continuar. Tenho mantido contato com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) e, depois da repercussão das cenas do basquete, pelas quais a entidade não tem nenhuma responsabilidade, eles têm me oferecido colaboração técnica", conta ele. Lucinha disse que se puder, participará sim da trama.
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