O Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari e os trabalhadores foram surpreendidos com o decreto 7.259/2020, assinado pelo prefeito Elinaldo Araújo (DEM) que permite “demissão em massa” no Complexo da Ford. Publicado no último dia 9 no Diário Oficial de Camaçari, o documento permite isenção aos tributos municipais no prazo de 5 anos à montadora. No entanto, o decreto afirma que esse benefício poderá ser perdido se houver demissão acima de 25%.
O presidente do sindicato, Júlio Bonfim, explica que no artigo II diz que “perderá os benefícios concedidos retroativamente limitado ao seu período de concessão caso a empresa durante o período de uso dos incentivos fiscais encerre as suas atividades no município ou reduza em mais de 25% os postos de trabalho tomando como base a quantidade de 4 mil funcionários”.
Ele afirma que não é contra dar incentivos fiscais, mas a prefeitura não sabe fazer matemática, já que – pela base de cálculo do sindicato – acima de 1% é considerada “demissão em massa”.
“Não se pode fazer decreto onde abre uma brecha para a possibilidade de demissão em massa. Agora, vamos fazer a matemática, 25% de 4 mil é quanto? Então, a prefeitura está dizendo que a Ford pode demitir 1 mil trabalhadores, 1 mil pais de família, que nada vai acontecer. A gente se acabando para garantir emprego, construindo estabilidade de 4 anos e aí, a prefeitura de Camaçari, o prefeito Elinaldo diz à Ford que pode demitir 1 mil trabalhadores que não é demissão em massa ?”, questiona o presidente.
Política Livre// Figueiredo
