Depois de cinco meses consecutivos de criação de emprego, o mercado de trabalho formal parou de crescer em junho. As demissões voltaram a superar as admissões, com o fechamento de 661 vagas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério do Trabalho.
É o pior resultado para o mês nos últimos dois anos e veio muito abaixo das estimativas do mercado. A mediana de projeções da Bloomberg projetava criação de 55 mil vagas. Indústria e comércio tiveram desempenho ainda pior: fecharam perto de 21 mil postos de trabalho, cada um.
Segundo economistas, os números negativos refletem a piora do nível de confiança dos empresários, resultado do que consideram uma condução desastrosa, por parte do governo, do desfecho da greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio.
– A confiança, já abalada pelo cenário eleitoral incerto, diminuiu ainda mais. A greve expôs a fragilidade do governo em lidar com pressões setoriais, pois sacrificou as contas públicas para atender às reivindicações dos caminhoneiros. E ninguém contrata sem saber o que vai ser da economia lá na frente, pois é um investimento caro, de retorno em longo prazo – avalia Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio e Serviços (CNC).
O Globo/// Figueiredo