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Sabatina Salvador FM: Eslane Paixão defende moradias populares, educação sexual e critica militarização da Guarda

Ela abordou diversos temas do seu programa de governo para a cidade

Vagner Souza/Salvador FM
Vagner Souza/Salvador FM

Durante a sabatina realizada pelo programa Fora do Plenário, da Salvador FM, na noite desta segunda-feira, a candidata à prefeitura de Salvador, Eslane Paixão (UP), abordou diversos temas e propostas do seu programa de governo para a cidade, como educação, combate ao racismo, segurança pública, moradia, transporte público, saúde e combate à violência de gênero.

Educação

Eslane Paixão destacou a educação como prioridade em seu governo. Ela criticou a falta de acesso à educação de qualidade para a maioria da população, especialmente para as mães e pais trabalhadores que buscam escolas de tempo integral. Segundo a candidata, a falta de vagas em creches e escolas, especialmente em áreas periféricas, é um reflexo da falta de investimento adequado por parte da prefeitura. Ela defende a abertura de mais escolas em cada bairro e periferia da cidade, "garantindo que todas as crianças, independentemente de sua classe social, tenham acesso à educação de excelência, cultura, esporte e lazer". Além disso, ela frisou a importância da valorização dos professores, com um piso salarial digno, para garantir uma educação pública de qualidade.

Educação sexual nas escolas

Em relação à educação sexual nas escolas, Eslane ressaltou a necessidade de abordar o tema de maneira direta e inclusiva, especialmente em um país com altos índices de violência contra mulheres e crianças. A candidata condenou a tentativa de criminalizar as vítimas e defendeu que as escolas devem ser um espaço seguro onde crianças e adolescentes possam aprender a identificar e se defender contra abusos. Ela argumentou que uma educação que inclua discussões sobre gênero e violência é essencial para prevenir abusos e proteger as futuras gerações.

Combate ao racismo

Única mulher negra candidata à prefeitura de Salvador, Eslane Paixão destacou o racismo estrutural como um problema central na cidade. Ela criticou a exclusão da população negra dos espaços de poder e das oportunidades econômicas, afirmando que "o racismo se manifesta de várias formas, desde o transporte público precário até a falta de vagas em creches". A candidata enfatizou que combater o racismo é essencial para garantir políticas públicas que realmente atendam à maioria da população soteropolitana, que é negra. Ela também criticou o racismo religioso e ambiental, apontando para a destruição de espaços sagrados das religiões de matriz africana e a marginalização das comunidades negras.

Segurança Pública

Para Eslane Paixão, a segurança pública em Salvador precisa de uma reforma profunda. Ela criticou a militarização da guarda municipal e a falta de infraestrutura adequada nos bairros periféricos, argumentando que a violência é resultado direto da falta de investimentos em educação, cultura e lazer. Eslane defende uma guarda municipal focada no cuidado com os cidadãos, especialmente as mulheres, que são as maiores vítimas de violência na cidade. A candidata também destacou a necessidade de iluminar melhor as áreas urbanas e oferecer espaços de lazer para todos os bairros, como forma de prevenir a criminalidade.

Combate à violência de gênero

Eslane Paixão criticou a insuficiência das políticas públicas atuais, como o fechamento da Casa Loreta Valadares, e defendeu a criação de mais casas de referência e delegacias especializadas para atender as mulheres vítimas de violência. Eslane propõe que a prefeitura assuma um papel mais ativo no acolhimento e proteção dessas mulheres, utilizando inclusive a guarda municipal para buscar e apoiar as vítimas em seus bairros.

Moradia

A candidata ressaltou a importância de garantir moradia digna para as famílias de Salvador, especialmente as que vivem em condições precárias. Eslane criticou a especulação imobiliária e o favorecimento de interesses privados em detrimento do bem-estar social. Ela defendeu o uso de terrenos e prédios públicos para a construção de moradias populares e destacou a luta do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) como exemplo de conquista sem apoio parlamentar, que conseguiu garantir 287 moradias para famílias da ocupação Carlos Marighella.

Transporte público

No setor de transporte, Eslane Paixão criticou a falta de transparência nas contas das empresas que operam o transporte coletivo em Salvador. Ela defendeu a necessidade de uma verdadeira integração entre os diferentes modais, como ônibus, metrô e BRT, para que atendam de forma eficaz à população. A candidata também destacou a importância de ouvir as demandas da comunidade para melhorar o serviço de transporte, garantindo que ele atenda não apenas às necessidades de trabalho, mas também de lazer e acesso à cultura.

Saúde

A candidata criticou a gestão da saúde pública na cidade, apontando a falta de investimentos e a dependência de parcerias público-privadas que, segundo ela, tiram recursos do setor público para beneficiar interesses privados. A candidata destacou que a falta de acesso ao básico tem levado à morte de muitos cidadãos, e defendeu uma saúde pública que priorize o bem-estar da população, especialmente dos mais vulneráveis.

Assista a sabatina completa: