Eleições 2024

Giro Eleitoral/Vitória da Conquista: Lúcia Rocha chegou no teto após divulgação de pesquisa? E Waldenor, decola?

Prefeita, Sheila Lemos (União) apareceu liderando pesquisa de intenção de voto divulgada na semana passada

Montagem | Divulgação/CMVC
Montagem | Divulgação/CMVC

Terceiro maior colégio eleitoral da Bahia, Vitória da Conquista (sudoeste) é considerada estratégica para as pretensões de PT e União Brasil para ampliar o domínio partidário no estado. Até 2016, a hegemonia petista era evidente, mas já vinha dando sinais de desgaste.

Naquele ano, o radialista Herzem Gusmão – falecido em 2021 – bateu o deputado estadual Zé Raimundo (PT) nas urnas e deu fim a uma supremacia de 20 anos do principal partido de esquerda no país na chamada "Suíça Baiana". Ainda em 2016, em nível nacional, o então PMDB, partido de Gusmão, havia rompido com o PT e passou a receber apoio, na Bahia, do União Brasil.

Em 2020, emedebista e petista voltaram a polarizar o embate na cidade e, novamente, Herzem saiu vencedor no segundo turno. No entanto, em virtude de complicações da Covid-19, acabou vindo a óbito um ano depois.

No lugar dele, assumiu a vice, Sheila Lemos, que atualmente está no União Brasil. Contudo, a sigla não conta mais com o apoio do MDB – em 2022, a legenda deu nova guinada e voltou a apoiar o PT.

Para 2024, as duas siglas ainda não chegaram em um denominador comum em relação a quem vai ser o candidato ao Executivo conquistense. De um lado, a vereadora Lúcia Rocha (MDB), a edil mais bem votada no último pleito à Câmara Municipal, em 2020. Do outro, o deputado federal Waldenor Pereira (PT), uma tentativa petista para retomar a cidade que já foi considerada território da esquerda na Bahia.

Nesta decisão, alguns personagens podem ser decisivos para que o martelo seja batido: o senador Jaques Wagner (PT-BA), o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e os irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima, caciques do MDB no estado. Para os dois últimos, inclusive, pelo menos o chefe do Executivo estadual deveria ficar de fora dessa discussão.

Os emedebistas tem se baseado, para uma decisão em favor de Lúcia Rocha, de pesquisas internas que apontam a vereadora bem avaliada entre os eleitores conquistenses. No entanto, fontes ouvidas pelo Portal Salvador FM tem indicado que ela não teria fôlego suficiente para manter uma campanha, além da dificuldade em performar bem em entrevistas e debates. Por isso, Waldenor seria o mais indicado para a disputa.

No entanto, o parlamentar tem tido dificuldades para decolar nas pesquisas, mesmo sendo do partido do governador. Em uma delas, realizada pelo Instituto Séculus, ele apareceu com 20,69% das intenções de voto. Ele ficou atrás de Lúcia Rocha, com 24,01%. No caso da edil, aliás, interlocutores ouvidos pelo Portal Salvador FM dizem que ela teria "atingido o teto". Se na cidade haverá duas candidaturas de oposição, o prazo final para conhecimento vai até o dia 5 de agosto, último dia para a realização das convenções partidárias.

Sheila confortável?

"Herdeira" da gestão municipal em 2021 após a morte de Herzem Gusmão, Sheila Lemos (União) apareceu na liderança da mesma pesquisa, com 36,27% das intenções de voto, no cenário estimulado. Na espontânea, ela também está à frente com 25,8%.

Com relação a sua administração, a pesquisa revelou que ela obteve uma aprovação de 52,36% dos entrevistados. Já 38,31% afirmaram desaprovar a prefeita e outros 9,32% não souberam ou não opinaram. Resta saber se esses números atuais vão se refletir nas urnas em outubro.

Outros postulantes

Além dos três citados, a corrida eleitoral em Vitória da Conquista ainda conta com outros postulantes: Marcos Adriano (PDT), David Salomão (Novo) e Washington Rodrigues (PL).