Giovani Damico, candidato a prefeito de Salvador pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), oficializou sua candidatura durante a convenção do partido nesta quinta-feira (1°). No evento, realizado no Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado da Bahia (Sindpec), no bairro dos Barris, Damico destacou a necessidade de um projeto popular para a cidade e criticou a polarização entre os principais candidatos, Bruno Reis (União Brasil) e Geraldo Júnior (MDB). Na ocasião, também foi oficializada a candidatura de Cheyenne Ayalla para vice-prefeita.
"O projeto do PCB vem olhando para Salvador como uma cidade que tem muito potencial, mas que ao mesmo tempo quanto mais a gente olha, a gente vê que tem tanta coisa em Salvador que não se desenvolve. A gente vê necessidade de transporte, necessidade de habitação e a gente vem entendendo ao longo dos últimos anos que precisa construir um projeto de cidade para Salvador", afirmou Damico ao justificar sua candidatura.
Damico criticou o afastamento entre a administração pública e a população, propondo uma gestão mais participativa. "A gente entende que hoje existe um afastamento muito grande da forma que funciona a prefeitura, a Câmara de Vereadores e a tomada de decisão por parte da população. Essa ideia de que a cada quatro anos você vai lá e vota, pra nós é uma dinâmica que precisa encontrar um outro método de funcionamento. A gente vem entendendo que a prefeitura vai ter que encontrar mecanismos para que as decisões sejam tomadas junto com os bairros, universidades, jornalistas", explicou.
Entre as prioridades de uma possível gestão, Damico destacou a mobilidade urbana, a educação e o desemprego. "A gente tem várias partes da cidade que são completamente desabastecidas dos modais que hoje estão estabelecidos que não estão dando, o Subúrbio Ferroviário é um grande exemplo disso", disse. "A gente tem um sistema de educação onde a saída dos alunos é massiva. Você passa do 5º, 6º ano, as escolas estão cada vez mais esvaziadas. A gente precisa transformar o nosso modelo de educação para trazer o aluno para a sala de aula. Junto a isso, Salvador continua sendo uma cidade recordista do desemprego. São índices alarmantes. A gente vai precisar trabalhar moradia nessa cidade junto a isso trazendo trabalhadores que estão desempregados", acrescentou.
Polarização
Questionado sobre a decisão do PCB de lançar uma candidatura própria em vez de apoiar a chapa de Geraldo Júnior (MDB) e Fábya Reis (PT), Damico afirmou: "A gente entende que a Bahia precisa de um projeto diferente. Dificilmente os polos que hoje se colocam como estão um brigando com o outro têm conseguido mostrar alguma proposta muito diferente. Não à toa o candidato hoje apoiado pelo PT há pouco tempo atrás estava associado com o outro grupo político. A gente vê que acaba sendo uma briga por interesses pessoais".
Damico também comentou sobre a polarização entre Bruno Reis e Geraldo Júnior, afirmando que o cenário atual aumenta o número de eleitores desiludidos. "Ao mesmo tempo que a gente vê essa polarização, a gente cresce o número de pessoas que não votam. A gente chega a ter eleições onde o número de pessoas que deixaram de votar, às vezes, é maior até do que o número de votos dos candidatos eleitos. Isso acaba respondendo um pouco como a população está enxergando essa forma de que parece que não tem alternativa", disse.
Vereadores
Em relação à eleição de vereadores do PCB, Damico afirmou que o partido espera eleger, ao menos, um candidato. "Nesse momento, a gente vai fazer uma chapa um pouco menor. O partido teve algumas experiências recentes de candidaturas, mas a gente entendeu que esse era o momento de tentar fazer uma chapa um pouco mais concentrada para a gente conseguir eleger, pelo menos, um vereador", concluiu.