As eleições municipais deste ano podem sofrer ainda mais com a disseminação de fake news, após a plataforma de mensagens WhatsApp divulgar, na última quarta-feira (17), um recurso que permite envio unidirecional a um número ilimitado de usuários.
Agora, os donos dos canais podem escolher até 16 administradores e têm acessos a novos itens que envolvem mensagens de voz, enquetes e o compartilhamento de cards no status – de modo similar aos stories do Instagram.
De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, os recursos podem impulsionar a propagação de notícias falsas, uma vez que a Meta, dona do WhatsApp, não tem determinado quais mecanismos pretende adotar para prevenir, no aplicativo, a proliferação também das chamadas deepfakes – vídeos ou imagens manipuladas por meio de inteligência artificial para criar conteúdo falso que parece autêntico.
Um mecanismo importante a ser reforçado, ainda conforme os especialistas, seria o do uso de sinalizadores que possam indicar uma mensagem potencialmente desinformativa, além do direcionamento para páginas de verificação. Para muitos deles, os atuais mecanismos de controle que as plataformas têm para coibir a desinformação não estão claros.
Apesar de a desinformação sempre ter existido, pessoas que abordam o tema apontam que a possibilidade de comunicação imediata e em massa aumenta os riscos de interferência no debate democrático a partir da circulação de notícias falsas.
Neste sentido, eles acreditam que o país precisa avançar em novas regulações, com cuidado para não cair em censura prévia, o que é proibido pelo ordenamento jurídico brasileiro.