Indo na contramão do principal slogan do Governo Federal, o ensino superior passa por um momento difícil em todo território nacional. E na Bahia, o corte orçamentário na Educação encontra amargos reflexos na principal instituição federal do estado, com a greve dos docentes e servidores – que já dura mais de dois meses –, além de um orçamento anual que, limitado, deverá estar zerado antes do final do ano.
Os dados, segundo os professores do comando da greve, foi passado pelo pró-reitor de planejamento, Eduardo Mota, no último dia 27. Neste momento, a Universidade Federal da Bahia (Ufba) tem, em caixa, R$ 27 milhões para lidar com um custo de manutenção mensal que chega aos R$ 9 milhões. Em tese, a instituição chegaria ao mês de novembro, impossibilitada de manter seu funcionamento. Mas as previsões são piores, levando-se em conta que a Ufba já está com um elevado déficit orçamentário. E por isso, a previsão dos docentes, é de que o dinheiro dure até, no máximo, o mês que vêm.
Desde abril, foram cortados 12% dos recursos de custeio da universidade, e 50% dos recursos de investimento para todo o orçamento de 2015 – fator agravante para o déficit orçamentário, que pode chegar ao final do ano com quase R$ 30 milhões em dívidas. No atual momento, segundo apontam os professores, a reitoria está escolhendo quais despesas executar, o que tem levado à episódios recentes de corte da energia em prédios da Escola Politécnica e da Faculdade de Administração. A dívida com a Coelba já passa de R$ 2 milhões.
A greve dos servidores e professores já chega, nesta sexta-feira (7), ao 69º dia, sem previsão de retomada das atividades. As reivindicações seguem a mesma pauta das demais universidades que tiveram suas aulas suspensas. Em todo território nacional, 44 universidades e institutos federais seguem com greve de professores, enquanto que 57 instituições de ensino superior, também de nível superior, estão paradas devido à greve de servidores. A Ufba é uma das instituições onde as duas categorias decidiram cruzar os braços.
Seguindo a pauta nacional, os docentes estão em greve, contra os cortes na Educação, e pela garantia de financiamento público para as universidades; defendem as instituições de ensino superior em caráter público e se posicionam contra a implementação de Organizações Sociais (OS’s) nas Universidades; e defendem a autonomia universitária, sendo contra qualquer medida regulamentada que modifique a natureza jurídica das universidades federais.
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