O Tribunal de Contas da União começou a analisar na última reunião do órgão a prestação de contas que coloca em suspeição a “boa-fé” da cúpula da União Nacional dos Estudantes (UNE).
A entidade estudantil é alvo de processo no TCU por supostamente usar parcela dos recursos públicos oriundos de convênios com o Ministério da Cultura para bancar festas, bebidas e pagar contas domésticas – com a participação dos dirigentes.
Em um dos casos sob análise, representantes da UNE aplicaram de forma indevida parte do R$ 1,5 milhão que deveria ser empregado na promoção de atividades culturais para comprar uísque, cerveja, vodca, vinho, isotônicos, energéticos, chocolates e produtos de higiene pessoal.
Até contas de energia elétrica e água eles quitaram com a verba carimbada. Em outra demonstração de mau uso do dinheiro público, eles apresentaram notas fiscais de diárias em hotel do Rio de Janeiro no valor de R$ 5,3 mil.
Na prestação de contas, os líderes da UNE não se deram ao trabalho de camuflar as irregularidades – como é a praxe de quem lança mão desse tipo de conduta.
Em gesto considerado amador, ou desrespeitoso com o tribunal, os estudantes entregaram notas fiscais de produtos que nada tinham a ver com o objetivo dos eventos. “Teria sido melhor não apresentar nada do que apresentar isso”, ressaltou o relator do processo, ministro Benjamin Zymler.
Metropolis / Figueiredo