O Programa de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos, promovido pelo Instituto Yduqs em parceria com a Estácio, oferece aulas gratuitas com material didático necessário e uma metodologia de ensino própria. A ideia é de que, em cerca de quatro meses, a vida de pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar no tempo regular seja transformada.
As inscrições para o primeiro semestre de 2025, já estão disponíveis em 15 campi da Estácio no Amazonas, Bahia, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo e no Distrito Federal. Para inscrever um aluno, através deste link.
“A cada conquista de um aluno alfabetizado demonstramos que, apesar das dificuldades, a educação é a chave para uma vida melhor e mais independente para muitos brasileiros que só precisam da oportunidade certa. Ao longo desses sete anos, o programa já beneficiou centenas de famílias e queremos levar essa oportunidade para novas comunidades”, afirma Cláudia Romano, presidente do Instituto Yduqs e vice-presidente do grupo educacional Yduqs.
Contemplados
O programa visa acolher alunos que não foram alfabetizados em idade escolar. As aulas são ministradas com ênfase na afetividade e sensibilidade em dois módulos, sendo o primeiro destinado à alfabetização e domínio básico da matemática e o segundo, com o objetivo exercitar a leitura, interpretação de texto e escrita, atendendo também ao público que se enquadra como analfabeto funcional. A iniciativa conta com uma equipe composta por mais de 70 integrantes entre coordenadores, professores e alunos dos cursos de licenciaturas da Estácio e tem a atriz Malu Mader como madrinha.
Em Salvador, as alunas Dejane Almeida, Maria de Lurdes dos Anjos e Raimunda Conceição criaram coragem para se inscrever no programa. Ou seja, após passar boa parte da vida com vergonha por não saber ler e escrever, o trio de estudantes está animado com a iniciativa. Mãe e dona de casa, Dejane Almeida, 49 anos, mora em Periperi, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Iniciou o curso por inciativa do filho João Pedro.
“Quando fui chamada, chorei de tanta emoção. Poder aprender hoje, o que não aprendi no passado, é gratificante. Estou muito feliz com minhas conquistas, que para mim, são gigantes. Com o apoio das professoras, dos meus colegas e do meu filho, sinto que estou indo mais longe do que jamais imaginei chegar”, celebra.
Natural de Adustina, Maria de Lurdes passou parte da vida sem saber o básico da leitura e escrita. Então, aos 58 anos, a cuidadora de idosos tinha insegurança se precisasse ler uma receita para administrar medicações.
“Hoje já consigo até produzir textos. Com as aulas, consegui me libertar de limitações que, inclusive, eu mesmo me coloquei. Estou muito feliz e encorajo qualquer pessoa a participar. Tudo está valendo a pena”, garante.
Da mesma forma, aos 60 anos, Raimunda Conceição decidiu mudar o rumo da própria história e aprender a ler e escrever. A coragem para a inscrição no curso veio, principalmente, de uma amiga, por quem tem grande apreço e gratidão.
“Sem essa iniciativa da minha colega, nada disso seria possível. Quando tinha 12 anos, meus pais me abandonaram e tive que seguir a vida sempre só e lutando muito. Hoje, sou casada e estou grata por tudo que tenho”, conta.
Sobre o programa de alfabetização
Comemorado em 14 de novembro, o Dia Nacional da Alfabetização é o momento de alerta ao problema no país. Conforme dados da Pnad de 2023, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Brasil tem 9,3 milhões de analfabetos. Desse grupo, 8,3 milhões têm mais de 40 anos. Ou seja, quase 10 milhões de brasileiros não estão alfabetizados, problema mais acentuado nas regiões Norte e Nordeste. Como resultado, o caso afeta de maneira desproporcional mulheres negras, pardas e moradores de zonas rurais.
O Programa de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos do Instituto Yduqs busca combater o analfabetismo, bem como promover a cidadania. Lançado em 2018, o programa utiliza uma metodologia própria que já alfabetizou mais 1700 pessoas.
Em suma, a iniciativa atende em 15 campis em estados como Amazonas, Bahia, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo e o Distrito Federal. Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 3, 4 e 10 da ONU, a ação conta com cerca de 70 alfabetizadores.