Pessoas privadas de liberdade vão fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) hoje (1°) e amanhã. As provas serão aplicadas a 45,5 mil pessoas em presídios e unidades de internação que cumprem medidas socioeducativas, de acordo com o Ministério da Educação. Este ano, o número de inscrições dos privados de liberdade cresceu 19% em relação a 2014. No ano passado, foram 38,1 mil inscritos.
No primeiro dia, os candidatos terão quatro horas e meia para responder às questões de ciências humanas e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias. No segundo dia, os inscritos testarão os conhecimentos em linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática e terão cinco horas e meia para concluir as provas.
Participam do exame as pessoas que estão em unidades que firmaram termo de compromisso com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
A nota do Enem pode ser usada para o acesso a cursos de educação superior, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), e para obter bolsas no Programa Universidade para Todos (ProUni). O exame pode ser usado também para obter o comprovante de conclusão do ensino médio. A certificação pode ser solicitada pelos inscritos que tenham completado 18 anos e alcançado 450 pontos em cada uma das quatro áreas de conhecimento avaliadas, além de 500 pontos na redação.
Os inscritos são de 61 unidades do estado. Eles se prepararam para as provas com a ajuda de professores que se revezaram em oito dessas unidades, promovendo aulões sobre as áreas do conhecimento que o Enem contempla.
Em 2014, nove internos foram selecionados em cursos de nível superior e seis em nível tecnológico. Estudar e fazer o Enem trazem ainda outros benefícios: os privados de liberdade podem pedir o certificado de conclusão do ensino médio e ter redução de pena. Pela legislação, a cada 12 horas de estudo comprovadas, um dia da pena é abatido.
Fonte: Agência Brasil Foto: Reprodução