
Alvo de uma investigação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) relativa ao tratamento dado a adolescentes na Fundação Dr. Jesus, o deputado estadual Pastor Sargento Isidório (PDT), dono da instituição, afirmou nesta quarta-feira (22) que não tem como se adequar às normas exigidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“É coisa demais. Era bom que existisse. O Ministério Público foi lá, olhou e pediu para melhor isso e aquilo. Eu não tenho como fazer.
Primeiro, porque eu nem recebo nada pelos menores que tenho lá. Faço trabalho voluntário com eles. É como um abrigo de velho. Eu tenho lá uns velhos, mas não é um abrigo”, disse o parlamentar.
O deputado voltou a negar a prática de maus tratos no local e classificou as ameaças que costuma fazer aos internos como “doutrina teatral”. “Para não deixar ninguém lá com arma ou usando droga, eu digo que mato, engarguelo, mordo, não sei o quê. Tudo isso é um teatro. Lá tem pau, porrete, tudo pintado de amarelo. Quem está lá? Minha esposa, meus filhos, minhas netas”, justificou.
Isidório ainda ironizou as regras exigidas pelo MP. “Toda vez que a gente tenta fazer o trabalho com eles querem… Por exemplo, eu já tive alojamento dos menores. Aí era toda hora colchão queimado, beliche desmontado, eles mascarados. É esperma na cara uns dos outros, é querer passar esperma em funcionário. Faca no pescoço de técnicos. Não tem quem controle”, afirmou.
(BA.ba) (AF)