O presidente Michel Temer, disse nesta sexta-feira, 27, que a aproximação com a África é uma “prioridade permanente” de seu governo, durante reunião ampliada realizada com países africanos convidados à 10ª Cúpula dos Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Apesar das palavras, Temer saiu do encontro antes do fim, deixando na mesa chefes de Estado e governo e também o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira.
“A aproximação com a África é para nós uma prioridade permanente”, discursou Temer, citando também laços históricos e de sangue com o continente. “Queremos crescentemente aprofundar nossas relações econômicas com a África. O potencial a ser explorado ainda é enorme. O Brasil olha para a África com a determinação de empreender projetos que nos aproximem cada vez mais.”
No governo Temer, a África perdeu o protagonismo na política externa brasileira que teve nos governos anteriores, do PT. Nesse mês, o presidente esteve na África pela primeira vez desde que tomou posse. Antes da África do Sul, ele esteve em reunião da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, em Cabo Verde.
Depois de desistir de participar da inauguração de um centro de treinamento que a Embraer planejava realizar hoje, o que estenderia sua estada em Johannesburgo, Temer afirmou que, quando entrar em operação, o centro servirá para treinamento de milhares de profissionais africanos ligados à indústria aeronáutica e afirmou que ele deve ser inaugurado “em breve”.
Temer também disse que o Mercosul negocia acordos com a Tunísia e o Marrocos e que o bloco está pronto para expandir um acordo comercial com a União Aduaneira da África Austral.
No âmbito de ações dos Brics, Temer elogiou a criação de um grupo de trabalho sobre manutenção da paz e lembrou que o Brasil tem tradição em ações militares coordenadas com pelas Nações Unidas.
“Temos efetivos brasileiros em cinco missões neste continente. Essa é experiência que estamos prontos a dividir”, afirmou o presidente.
Temer também disse que o encontro em Johannesburgo serviu para o lançamento das bases para a criação de um centro de pesquisa em vacinas na África do Sul, tema em que o Brasil coopera com os demais países. O Brasil auxiliou a construção de um laboratório focado em detecção de tuberculose, em São Tomé e Príncipe, para reduzir o tempo de diagnóstico da doença.
“O objetivo é contribuir para a redução da dependência de fabricantes tradicionais de vacinas”, disse Temer.
A comitiva presidencial antecipou seu retorno e seguiu para a base aérea de Waterkloof, em Pretoria, de onde decolará para Brasília. Uma parada técnica para reabastecimento foi programada para Luanda, em Angola.
Estadão Conteúdo // ACJR