Em reunião realizada nesta quarta-feira (6), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar a taxa Selic para 11,25% ao ano. A taxa anterior, definida em setembro, era de 10,75%.
Nesse sentido, conforme argumentou o Banco Central (BC), o reajuste dos juros básicos da economia ocorreu por causa da alta recente do dólar e das incertezas em torno da inflação e da economia global.
“O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, justificou a instituição em nota publicada em seu site oficial.
Em relação ao cenário interno brasileiro, o Banco Central informou que está acompanhando a política fiscal e cobrou ajustes dos gastos públicos. “O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, destacou o comunicado.
Federação das Indústrias da Bahia
Na Bahia, a Federação das Indústrias (Fieb) emitiu nota em que classifica a decisão do Copom de aumentar a Selic como “injustificada e contrária” à recuperação econômica do país. “A consequência será frear o tímido crescimento deste ano e agravar os problemas enfrentados pelo setor produtivo nacional”, enfatizou a entidade que representa o setor produtivo baiano.
Ainda segundo a Fieb, a taxa de juros básica no Brasil é uma das maiores do mundo em termos reais, quando descontada a inflação.
“A elevação para 11,25% aumenta ainda mais a taxa real, alcançando patamar superior a 6,7% ao ano. Esse movimento não encontra respaldo nas tendências de inflação, tanto no cenário interno quanto no cenário mundial”, ressaltou.
No comunicado, a Fieb frisou que a inflação no Brasil está sob controle e em trajetória comportada. “O movimento atual no mundo é de redução de juros, como vem realizando o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) e o BCE (Banco Central Europeu) que estão cortando suas taxas de juros de forma consistente”, elencou.
“O aperto monetário, com a elevação dos juros, afeta toda a atividade econômica, inibindo investimentos e a geração de emprego e renda. A política monetária deveria priorizar o crescimento econômico, considerando que o país precisa crescer para reduzir os graves problemas sociais”, alertou a Fieb.
>>> Siga o canal do PSNotícias no WhatsApp e receba as principais notícias da Bahia, do Brasil e do Mundo.