O real foi a segunda moeda que mais se valorizou no mundo na comparação com o dólar durante o primeiro trimestre. Em três meses, o dólar ficou quase 10% mais barato no Brasil. O noticiário político com maior possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff explica parte do fortalecimento do real. O sinal de que a política monetária seguirá relaxada por mais algum tempo nos Estados Unidos e a alta das commodities também ajudaram o real. Esse fenômeno, porém, não é exclusividade dos brasileiros e alcançou outras divisas ligadas às matérias-primas da Indonésia à Noruega.
Nos primeiros três meses do ano, o preço do dólar em reais caiu 9,34%. Assim, a taxa de câmbio recuou de R$ 3,96 no fim do ano passado para os R$ 3,59 do fechamento de quinta-feira, 31 de março. O pano de fundo local desse fortalecimento do real é a política. Com a chegada da operação Lava Jato ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o enfraquecimento do governo Dilma Rousseff, investidores avaliam que cresceu a chance de impeachment. Para o mercado, a saída de Dilma pode abrir caminho para um governo mais inclinado às reformas e com capital político para aprovar medidas necessárias para arrumar a economia.
Esse é o cenário previsto pelos investidores e, por isso, muitos voltaram a comprar reais. O fortalecimento da moeda brasileira, porém, não pode ser considerado um fenômeno isolado. Os analistas do Morgan Stanley dizem que o grande fator que tem influenciado o mercado global de moedas é a política monetária dos Estados Unidos. Após o início do aperto monetário em dezembro de 2015 nos EUA, a economia global começou a falhar, as incertezas cresceram e o Federal Reserve deixou claro que o movimento de alta será mais lento e gradual.
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