Economia

Foco da Lava-Jato em Lula provoca alta nas ações da Petrobras

Repercussão no mercado financeiro e ganhos da estatal refletem possibilidade de mudanças políticas, diz economista

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O fato que chacoalhou o noticiário político na manhã desta sexta-feira repercute diretamente no mercado financeiro. Com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como alvo de mandado de busca e apreensão e de condução coercitiva na 24ª fase da Operação Lava-Jato, as ações da Petrobras na Bolsa de Valores de São Paulo chegaram a apresentar variação positiva superior a 10%. 

Por volta das 10h30min, os papeis ordinários da estatal, que dão direito a voto em assembleia, avançavam 14,05%, a R$ 10,39. Já as ações preferenciais da estatal, que dão prioridade na distribuição de dividendos, subiam 19,48%, a R$ 7,85, no mesmo período da sessão. 

O economista-chefe da agência Austin Rating, Alex Agostini, explica que o mercado vislumbra na ação da Polícia Federal contra Lula a possibilidade de uma mudança de governo no futuro, que poderia respingar positivamente na Petrobras. 

— Da mesma forma que a política interfere de maneira negativa, também pode ser positiva para os investidores. As expectativas políticas melhoraram — comenta. 

Para exemplificar o movimento financeiro desta sexta-feira, Agostini cita um fato ocorrido na Argentina. Em dezembro, após a posse do presidente Mauricio Macri, as ações locais passaram a subir em razão da mudança na presidência, ocupada anteriormente por Cristina Kirchner. 

 — A troca mexeu com as expectativas da bolsa argentina — frisa o economista. 

No entanto, Agostini ressalta que, até o momento, o mercado brasileiro avalia apenas possibilidades. Não há um fato já concretizado. 

 — É difícil traçar uma tendência para os próximos dias. Até agora, há apenas uma possibilidade de impeachment. À medida que surjam fatos da Lava-Jato revelados, o mercado poderá reagir positivamente outra vez — observa. 

JBS em baixa 

 Na contramão da Petrobras, a JBS puxava as perdas no pregão da Bovespa. Por volta das 12h, o recuo das ações ordinárias da empresa atingia quase 11%, a R$ 11,25. Boatos já chegaram a colocar o nome de Fábio Luis da Silva, o Lulinha, filho de Lula, como dono da JBS, que é proprietária da marca Friboi.  

Foto: Reprodução