Os gastos provocados pelo enfrentamento à pandemia de coronavírus reverterão a trajetória da dívida pública bruta brasileira. Segundo projeções divulgadas hoje (14) pela Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão consultivo do Senado, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) encerrará 2020 em 84,9% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas).
A DBGG encerrou 2019 em 75,8% do PIB, com a primeira queda anual desde 2013. A projeção anterior da IFI, divulgada em novembro, estimava que a dívida bruta terminaria 2020 em 79,2% do PIB, atingiria o pico de 80,7% do PIB em 2024 e cairia nos anos seguintes. Agora, segundo o cenário base da instituição, que considera um quadro intermediário entre as melhores e as piores projeções, a DBGG subirá nesta década até chegar a 100,2% do PIB em 2030.
Segundo a IFI, uma eventual queda do endividamento do governo na próxima década dependerá da redução do déficit primário do governo de 2030 a 2033. No cenário mais pessimista, a DBGG poderá chegar a 2030 em 138,5% do PIB.
A IFI prevê contração da economia de 2,2% neste ano. A estimativa está mais otimista que a de diversos organismos internacionais, como o Banco Mundial, que projeta encolhimento de 5% no PIB brasileiro em 2020, e do FMI, que projeta queda de 5,3%.
Agência Brasil // Itatiaia Fernandes