O presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson Souza, afirmou que o banco público que ser “protagonista” na emissão das letras imobiliárias garantidas (LIGs), cuja regulamentação necessária já foi concluída, conforme nota divulgada nesta sexta-feira, 4, pelo Banco Central. O banco só estava, segundo ele, aguardando o término da definição das regras por parte do órgão regulador para poder começar a usufruir desse instrumento de captação bancária de recursos, similares ao covered bond negociado no exterior.
A partir da conclusão da regulação por parte do Banco Central, as instituições financeiras estão livres para emitir LIGs. O presidente da Caixa não quis, contudo, precisar uma data nem o volume que o banco pode captar como o novo instrumento já neste ano. Segundo ele, a Caixa já havia montado um grupo de trabalho para estudar o assunto e, com as regras finalizadas, vai fechar números para passar a emitir, o que deve acontecer com “rapidez”.
Dentre os benefícios da LIG, de acordo com o presidente da Caixa, está o fato de ser o primeiro instrumento de captação de recursos para crédito imobiliário “de grande envergadura” com características internacionais.
“O potencial de captação de recursos é enorme, principalmente junto a investidores estrangeiros e um cenário de juros baixos, que é propicio. Com juros de dois dígitos, não dava para desenvolvermos a LIG. Vamos criar um novo mercado de captação de recursos para o crédito imobiliário no Brasil com a LIG”, disse ele, acrescentando que outros instrumentos como letras de crédito imobiliária (LCIs) devem conviver em paralelo com os novos títulos.
Souza reforçou as qualidades desses títulos, uma vez que possuem dupla garantia – ou seja, incluem um ativo como, por exemplo, a carteira de imóveis e ainda a do próprio emissor.
O presidente da Caixa voltou a destacar que o banco atua alinhado com a equipe econômica do governo e que as decisões da instituição seguem critérios técnicos.
Estadão Conteúdo // ACJR