Cultura

Morre Edy Star, artista baiano e ícone da contracultura brasileira

Muito além da voz ao microfone, ele era compositor, ator, dançarino, produtor teatral, apresentador de televisão e artista plástico

Edy
Foto: Andres Costa/Divulgação

Aos 87 anos, o cantor baiano Edy Star faleceu nesta quinta-feira (24). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do artista, que estava internado em estado grave em São Paulo. As causas, segundo a equipe, foram insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda e pancreatite aguda.

O artista chegou a ser submetido a sessões de diálise, mas enfrentava situações mais severas.

Edy Star já estava internado há uma semana após sofrer um acidente doméstico e ser levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A saúde do artista se agravou e antes de ser transferido para o Hospital de Higienópolis, segundo Ricardo Santhiago, amigo do artista, ele “aguardou mais de doze horas por uma ambulância que nunca chegou”.

Após a transferência de Edy Star para o hospital devido à mobilização de Santhiago nas redes sociais do artista, o amigo do cantor divulgou um boletim na tarde desta quarta-feira (23), avisando aos fãs e amigos do cantor que a situação ainda era bastante crítica.

“Ele não tem vaga garantida na UTI e precisará de sessões intensivas de diálise”, disse Santhiago em uma publicação nas redes sociais.

Ícone da música brasileira

Edivaldo Souza, mais tarde conhecido Edy Star, foi um ícone da música brasileira. Muito além da voz ao microfone, ele era compositor, ator, dançarino, produtor teatral, apresentador de televisão e artista plástico.

O cantor nasceu em Juazeiro, no Norte da Bahia, e iniciou a carreira ainda na adolescência no programa “Hora da Criança”, da rádio Sociedade da Bahia. Edy Star sempre mostrou irreverência, performance e navegou pelas várias linguagens da arte brasileira.

Foto: Andres Costa/Divulgação

Foi do teatro a projetos vanguardistas, entre eles o icônico “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10”, em parceria com Raul Seixas, seu parceiro de trabalho.

Além da trajetória múltipla na arte, Edy Star também fazia performances marcantes que questionavam as normas sobre sexualidade e foi o primeiro artista brasileiro a assumir publicamente a sua homossexualidade.

Na arte, Edy era considerado um componente da contracultura. Cantou e se apresentou em espaços marginais e espaços sofisticados do Rio de Janeiro. Passou 20 anos na Europa e depois retornou ao Brasil com o relançamento de seu álbum original.

Em 2017, lançou seu segundo álbum solo “Sweet Edy”, após 44 anos do primeiro disco, com participações de Ney Matogrosso e Caetano Veloso.

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