A OSBAfã, fãnclube da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) iniciou no dia 10 de julho um abaixo-assinado solicitando à Secretaria de Cultura do Estado (Secult) a manutenção da administração da sinfônica pela Associação dos Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA) e a regência do maestro Carlos Prazeres.
Os pedidos de assinatura se intensificaram nas redes sociais após o Diário Oficial do Estado anunciar na última quarta-feira (12) que o Instituto de Desenvolvimento Social pela Música (IDSM), mesmo grupo que comanda a Neojiba, venceu o edital público promovido pela Secult para selecionar uma organização social para a gestão dos serviços de produção e divulgação da OSBA.
No resultado publicado pela pasta, o IDSM aparece classificado com a puntuação 88,80, enquanto a ATCA figura como desclassificada, com 80,26 pontos. Apenas as duas organizações concorreram ao edital, que prevê recurso para o resultado.
Batuta popular x batuta erudita
Nas redes sociais, fãs e perfis saíram em defesa da ATCA e do legado construído pelo maestro Carlos Prazeres, que conduziu a OSBA durante 12 anos e criou projetos como o "Cine Concerto", apresentando versões de trilhas sonoras de cinema, e a "Osbrega", com apresentações realizadas pela orquestra sinfônica de clássicos do gênero musical popularmente conhecido como brega romântico.
Outro perfil do Instagram defendeu a manutenção do ATCA na gestão publicando uma sátira em que resgata trecho de uma publicação de 2022 do fundador do IDSM, o maestro Ricardo Castro, na qual criticava o concerto Osbrega de músicas românticas populares tocado pela OSBA.
O texto completo publicado por Ricardo Castro dizia: "Quando uma orquestra sinfônica estadual, depois de conquistar milhões inéditos para seu orçamento e poder contratar músicos excelentes, escolhe esse 'título' para promover um concerto que poderia ser tocado melhor por 'Lairton e seus teclados', estamos certamente entrando em um círculo do inferno nunca Dantes visto neste país". À época, fãs da OSBA saíram em defesa do criador do projeto Osbrega, maestro Carlos Prazeres.
Polêmica
Em comentários publicados nas redes sociais, apreciadores da OSBA e do Neojiba divergiram sobre as repercussões do resultado. Entre os textos, uma menção de casos de assédio moral imputados ao fundador do IDSM, Ricardo Castro
Conforme publicado pelo site Alô Alô Bahia, o IDSM informou por meio de assessoria de imprensa que o nome do seu fundador, Ricardo Castro, não faz parte da proposta submetida à Secult, e que o novo diretor e maestro da OSBA será Cláudio Cruz, maestro, violinista e ex diretor musical da Orquestra Sinfônica de Campinas, Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e da Orquestra de Câmara Villa-Lobos.
Na última quinta-feira (13), um dia após a publicação do resultado da seleção, o Teatro Castro Alves anunciou que os ingressos para próxima apresentação da OSBA, ainda sob regênia de Carlos Prazeres, se esgoratam um dia após o início das vendas.