Estamos mais dependentes uns dos outros emocionalmente?

Vivemos em um mundo onde buscamos constantemente nos preencher e pertencer a algo ou alguém, tentando nos encaixar em padrões. Isso se reflete especialmente nas relações amorosas, onde tentamos nos moldar ao parceiro(a) como uma forma de garantia, com o pensamento ilusório de que, assim, não seremos abandonados ou substituídos, pois estaremos sendo “tudo o que ele(a) precisa”. Na psicanálise, fantasia refere-se à realidade subjetiva de cada pessoa, um sentido que leva cada um a adotar a posição de submissão na relação, movido pelo desejo de permanecer nela.

Podemos perceber alguns ganhos secundários nessas relações pelos dependentes, quais sãos? Vamos lá, posso citar alguns aqui que vem a mente: Um relacionamento entre um dependente e um outro, a pessoa que se relaciona com um dependente detém o poder da relação, se sente dominante, muitas vezes pessoas manipuladoras, que podem controlar não só a relação amorosa como todas outras situações. O ganho do dependente é estar na condição de ser cuidado, ser amparado, ser amado, de alguma forma, bem ou mal.

Ao que parece e pela sociedade imediatista em que estamos vivendo, estamos mais dependentes uns dos outros emocionalmente falando SIM. Essa busca por pertencimento e essa demanda de amor a todo instante nos faz cair em armadilhas afetivas e em relações com alta intensidade de adrenalina, ou seja, que estejam em lopping e em busca de efeitos de dopamina, por exemplo: relações com conflitos e desentendimentos constantes, com términos e retornos a todo instante, isso acaba deixando e fazendo com que cada vez estejamos “presos” aos nossos parceiros de forma imaginária.

A fragilidade das pessoas em lidarem com suas emoções também é algo que pode estar causando essa dependência, então uma forma de estar lidando com ela é aprender a externar suas emoções de forma mais saudável, baseando-se em uma comunicação assertiva com seu parceiro(a), assim como trabalhar sua autoestima, o investimento em nós mesmos ajuda a lidarmos de forma mais saudável com o investimento no outro, aprender a melhorar a autoconfiança também pode ser um caminho para relações menos dependentes e mais saudáveis.

O tema AMOR é um tema que não se esgota e não deve deixar de ser abordado, novas formas de amar vão sendo percebidas ao passar dos anos, o importante é estar em movimento nesse processo, concordam?

Até breve pessoal!

*Nili Brito – Psicóloga Clínica, pós-graduada em Psicologia Hospitalar, pesquisadora das relações e do amor, onde o seu trabalho nas redes sociais enfatiza uma Psicologia humanizada, de fácil entendimento e acesso à população, dando ao sujeito sua principal importância e não apenas ao seu sintoma.