Fé e tradição

Baianos e turistas rendem homenagens ao Senhor do Bonfim nesta quinta-feira

As origens da festa remontam ao século 18, com a chegada da imagem de Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim à primeira capital do Brasil

Lavagem do Bonfim
Foto: Vagner Souza/PS Notícias

Baianos e turistas se concentram nesta quinta-feira (16) em Salvador na tradicional Lavagem do Bonfim, que chega aos 271 anos em 2025. O cortejo, que tem início na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio, segue em direção à Basílica Santuário Senhor do Bonfim, na Colina Sagrada, na Cidade Baixa.

Com uma caminhada de cerca de oito quilômetros, a celebração se torna um espetáculo de cores, ritmos e tradições, enriquecido por grupos de capoeira, blocos afro e baianas com trajes típicos. O aroma de alfazema se mistura aos atabaques e cânticos, criando uma atmosfera que transcende o ritual de lavar as escadarias da Igreja do Bonfim, em agradecimento pelas graças alcançadas e renovação de pedidos para o ano que se inicia.

As origens da festa remontam ao século 18, com a chegada da imagem de Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim à primeira capital do Brasil, em 1745, trazida de Lisboa (POR) pelo capitão de mar-e-guerra português Theodósio de Lima. A primeira procissão ocorreu em 1754 e teve a presença de grande parte da população da cidade. Com o tempo, adeptos das religiões de matriz africana também passaram a participar da procissão ao lado dos católicos, para saudar Oxalá.

Foto: Vagner Souza/PS Notícias

O historiador Murilo Melo pontua a significativa importância histórica da Lavagem e explica o motivo de ser uma data móvel. “Esse cortejo ocorre sempre na quinta-feira, antes do segundo domingo do mês, que é a Festa do Senhor do Bonfim, e após o Dia de Reis, que é muito importante na tradição católica. Em alguns países católicos, inclusive, esse dia tem mais importância do que o Natal. Então o cálculo é feito dessa forma, por isso tem variações de um ano para o outro”, elucida.

Um desses símbolos da festa é a fitinha do Bonfim, com pessoas de diversos países usando o adereço – ou transformando o gradil da Basílica em uma verdadeira cortina colorida de fé e devoção.

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