Política

Bahia era uma das preocupações de ministro de Bolsonaro nas eleições de 2022, diz ex-diretora

Bahia era uma das preocupações de Anderson Torres nas eleições de 2022, diz ex-diretora de Ministério
Foto: Isac Nóbrega/PR/Arquivo

As declarações de Marília Alencar, ex-diretora do Ministério da Justiça, à Polícia Federal (PF) estão reforçando as suspeitas de que o então titular da pasta no governo Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, teria agido para interferir nas eleições presidenciais de 2022.

Segundo informações publicadas pelo UOL, Marília revelou que Torres ordenou o aumento do número de agentes de segurança nas ruas durante o 2º turno daquele pleito, alegando supostas preocupações com compra de votos, especialmente em regiões como a Bahia, onde havia uma concentração de eleitores favoráveis a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Marília afirmou ainda que Torres tentou alterar o planejamento operacional da Polícia Federal (PF) para o dia das eleições. Após o primeiro turno, ele teria realizado uma reunião com integrantes do Ministério, da PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para discutir as mudanças no esquema de segurança, focando no aumento da atuação dessas forças, principalmente em áreas onde Lula liderava nas intenções de voto.

A ex-diretora, que era considerada próxima de Torres, desmentiu a alegação de que teria agido por conta própria. Ela indicou que as ordens para as alterações vieram diretamente do então ministro, que também solicitou acesso a planilhas de planejamento de segurança na Bahia durante uma visita ao estado antes do segundo turno.

A Polícia Federal avalia que essas ações poderiam ter como objetivo interferir no resultado eleitoral em favor de Jair Bolsonaro (PL), com base em informações falsas que alegavam irregularidades no processo eleitoral. As investigações seguem em curso, analisando se houve abuso de poder ou tentativa de uso indevido de recursos do ministério para fins eleitorais.