Ela sofre de um tipo raro da doença ? o condrossarcoma grau 2 ? originado na região pélvica e que acabou se espalhando para os pulmões. Suas chances de cura são baixas ? o câncer resiste mesmo após sessões excruciantes de quimioterapia e radioterapia.
Berta, contudo, não esmoreceu. Após pesquisar extensamente na internet, descobriu um tratamento experimental em um hospital de ponta nos Estados Unidos e viu ali a esperança de sobrevida.
Mas a eventual reabilitação tinha um preço: pelo menos R$ 500 mil, segundo suas estimativas iniciais. Pensou em vender tudo o que tinha, inclusive o apartamento ainda não quitado. "Mesmo assim, seria impossível pagar tudo", conta ela à BBC Brasil.
Foi quando seu marido, Alexandre, teve a ideia de contar sua história nas redes sociais. O intuito era arrecadar dinheiro para financiar seu tratamento. "Ele dizia que as pessoas iriam se comover com o meu caso, que eu havia dado aula para muita gente, e certamente receberia ajuda".
Inicialmente, Berta relutou. "Nunca havia pedido a ninguém, ainda mais dinheiro", afirma. Mas acabou convencida de que o tempo não estava correndo a seu favor.
E numa inversão dos papeis tradicionais dentro de sala de aula, a professora Berta, que leciona desenho geométrico, passou a ser ajudada por seus alunos ? e também ex-alunos.
O esforço conjunto rendeu frutos e a campanha, que antes se restringia a amigos e conhecidos, viralizou nas redes sociais, catapultando o volume das doações. Celebridades do esporte, como o jogador Fred, do Fluminense, e Fabi, ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei, também aderiram à causa.
Foto: Reprodução/BBC