Alojamentos improvisados, colchões no chão e um sentimento de solidariedade. Este é o cenário encontrado na vida de centenas de pessoas cerca de 24h após um incêndio que destruiu 600 casas na noite de segunda-feira (17) no bairro Educandos, Zona Sul de Manaus. Acolhidas em cinco abrigos espalhados pela capital, as vítimas agora contam com a sensibilidade da população manauara para seguir em frente.
Ainda não há estimativa de pessoas afetadas pelo incêndio. Dezessete pessoas chegaram a ser atendidas em hospitais de Manaus, e uma segue internada em estado grave. A prefeitura de Manaus decretou situação de emergência por conta do ocorrido. ONGs e outros grupos seguem coletando doações na capital.
As vítimas dividem espaço com os poucos objetos salvos das chamas e as doações que chegam a todo momento. Valesca Nascimento, de 21 anos, foi a primeira a chegar no Hotel da Vila Olímpica. No local, ela é acompanhada pelo marido e as duas filhas, uma de cinco anos e outra com apenas 18 dias de vida.
"O acolhimento está sendo ótimo. Eu já consegui comer e me ajeitar lá no quarto. Fiz o cadastro [na Defesa Civil Municipal] e eles disseram que iam ver a casa para a gente. Agora é recomeçar do zero (sic). Já tinha tudo aí, de repente, aconteceu isso. Temos que começar de novo", relatou.
Valesca e a filha foram as primeiras vítimas a chegar em hotel da Vila Olímpica — Foto: Rickardo Marques/G1 AM Valesca e a filha foram as primeiras vítimas a chegar em hotel da Vila Olímpica — Foto: Rickardo Marques/G1 AM
Valesca e a filha foram as primeiras vítimas a chegar em hotel da Vila Olímpica — Foto: Rickardo Marques/G1 AM
A paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro Educandos, utiliza todos os espaços disponíveis para acolher os desabrigados e também as doações. O local está tomado por pilhas de roupas, calçados, alimentos, materiais de higiene e voluntários, que organizam as arrecadações e distribuem comida para as vítimas.
Uma delas é Gabriela Fernandes, de 28 anos, que convive com parte da família desde a madrugada desta terça-feira (18) em um dos quartos improvisados na paróquia.
"Estão aqui eu, meu pai, minha mãe e meus três filhos. Ainda tenho uma irmã que está em outro quarto com meu cunhado e uma sobrinha. Todo mundo morava naquela área. Aqui tem comida, estamos sendo bem tratados. Agora é só esperar a resposta da Prefeitura. Tomara que não custe muito", disse.
G1 // AO