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Vítima de explosão de bueiro no RJ é velada em Cabo Frio nesta quinta

Clima é de tristeza profunda; jovem teve 70% do corpo queimado

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 src=O corpo de Aline Barreto Pais, de 24 anos, que teve 70% do corpo queimado na explosão de um bueiro ocorrida na Lapa, no Centro do Rio de Janeiro, no final de setembro, está sendo velada na manhã desta quinta-feira (3) em Cabo Frio. Segundo informações de familiares, a mãe, que acompanhou o tratamento da jovem durante 35 dias no hospital, e a avó, não têm condições de comparecerem ao enterro, marcado para às 10h no Cemitério Santa Izabel. O clima é de tristeza profunda.

Aline, que foi morar no Rio para seguir a carreira de atriz, foi uma das oito vítimas da explosão e ficou mais de um mês internada no Hospital da Força Aérea do Galeão. A morte foi confirmada pela assessoria da Força Aérea Brasileira (FAB) na noite desta terça-feira (1º). A causa da morte não foi divulgada. Ela havia acabado de ser aprovada no mestrado em sociologia.

A explosão ocorreu em um bueiro na esquina da Rua do Senado com Avenida Gomes Freire, na Lapa, na noite de 24 de setembro, um sábado. Aline havia saída da comemoração do aniversário de uma amiga quando foi vítima do acidente.

A Polícia Civil indiciou três funcionários da Light, que vão responder por explosão, homicídio culposo e sete lesões culposas, quando não há intenção de matar. A Light disse que está colaborando com a polícia, mas que não foi informada sobre o indiciamento dos funcionários. A empresa lamentou a morte de Aline e disse que está prestando assistência à família dela e das outras vítimas.

A região da Lapa, onde ocorreu a explosão, é uma das mais movimentadas do Rio durante a noite e é muito conhecida por concentrar diversos bares e boates.

Momentos de pânico
Um dia após o acidente, uma das vítimas conversou com o G1. Henrique Fonseca, de 35 anos, contou ter vivido momentos de pânico.

"Nós estávamos na rua conversando. Uns amigos estavam sentados, eu estava com ela [Paula] em pé. Quando explodiu, eu agarrei ela, tentei abaixar ela comigo, mas não tive tempo, não tive força, aí eu me joguei no bar, ela também. Vi gente pegando fogo, tinha um rapaz, que eu achei que fosse ela, que estava com fogo na cabeça, fogo nas roupas, eu apaguei com a mão o fogo dele. Depois, eu vi que não era ela, que ela estava atrás de mim. A explosão é muito forte. Não tem ideia de como é aquela explosão, é um calor", disse Henrique.

O rapaz ficou ferido nos braços, no rosto e no pé. Paula Machado, 38 anos, também teve ferimentos no rosto, nos braços e nas costas. Os dois foram levados para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul do Rio, e receberam alta hospitalar na tarde depois do acidente.

Segundo Henrique, momentos antes da explosão havia faltado luz no local. “Antes, faltou luz. A Light foi lá, mexeu no bueiro, fechou, saiu, passou um tempo a luz voltou. Depois de uns 20 minutos que a luz voltou foi a explosão", contou.

Uma testemunha que mora próximo ao local da explosão contou ao G1 à época que ouviu uma forte explosão e desceu para ver o que tinha acontecido. Segundo ela, foi "um clima de pânico".

"As pessoas estavam queimadas, com o corpo todo queimado. Quando desci, dei assistência pra uma garota. Ela estava toda queimada, com a roupa queimada, cabelo queimado, teve queimadura em todo corpo, ela estava nua. Eu achava que ela estava com uma meia-calça no braço, mas era a pele dela. Fiquei com ela pra tentar acalmar", contou a mulher que preferiu não se identificar.

Situação recorrente
Em 2011, após uma série de explosões de bueiros em ruas do Rio, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) e a empresa de energia elétrica Light assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que obrigada a concessionária a pagar multa de R$ 100 mil por cada explosão de bueiro que cause morte, lesão corporal (leve, grave ou gravíssima), e dano ao patrimônio público ou privado.

Reprodução: G1