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Vacina para tuberculose pode evitar mortes por coronavírus, diz estudo

O estudo analisou a taxa diária de casos de coronavírus em 135 países

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Pesquisa analisou efeitos da vacina BCG em 135 países Foto: Shutterstock

Na corrida por uma vacina contra uma nova pandemia, vale correr atrás de velhas aliadas. Uma equipe de cientistas da Universidade de Michigan comparou a situação do coronavírus em países onde a imunização BCG, aplicada logo após o nascimento contra a tuberculose, é ou não é obrigatória. Entre os países analisados está o Brasil, que notificou 1.760 óbitos da chegada da Covid-19 em suas fronteiras até o dia 15 de abril. Essa quantidade seria 14 vezes maior (ou 24.399) se a BCG não constasse no calendário de vacinação.

O estudo, publicado ontem na revista Science Advances, analisou a taxa diária de casos de coronavírus em 135 países e de óbitos em 134 ao longo dos primeiros 30 dias da pandemia nas nações. Os pesquisadores concluíram que, nesse período inicial da Covid-19, as taxas de infecção e morte são mais elevadas onde não há vacinação para tuberculose.

É o caso, por exemplo, dos EUA. A pesquisa calcula que, se a vacina BCG fosse integrada a uma política pública, 468 pessoas teriam morrido de Covid-19 no país no dia 29 de março — o equivalente a apenas 19% do total registrado naquela data (2.467).

Para ajustar seus cálculos, o levantamento considerou outros fatores que poderiam interferir na quantidade de óbitos, como a disponibilidade de testes para coronavírus, a média de idade dos pacientes, a densidade populacional e a taxa de migração pelo território nacional, o que poderia mostrar como ocorre a disseminação da doença.

Houve, no entanto, diferenças no resultado entre os países com vacinação obrigatória de BCG. Há componentes sociais e políticos que explicam essas oscilações.

Reprodução: O Globo

da Redação do LD