A abordagem policial a um traficante de drogas na Cracolândia, na região central de São Paulo, terminou em tumulto no início da tarde desta quinta-feira, 19. As informações são da Polícia Militar.
De acordo com a PM, supondo que o traficante seria preso, usuários de drogas do ‘fluxo’ – área onde ficam concentrados os dependentes químicos – começaram a depredar o quartel da Guarda Civil Metropolitana (GCM) por volta das 13 horas. O traficante estaria com uma arma longa.
Na confusão, os usuários de drogas atearam fogo em objetos e bloquearam a Avenida Rio Branco e a Avenida Duque de Caxias. A polícia foi acionada para conter o tumulto. Ainda de segundo a PM, há uma pessoa detida.
Procurada, a Prefeitura de São Paulo não havia se manifestado até 14h30.
Drogas
Em maio, o jornal O Estado de S. Paulo apurou que um ano após ser alvo de uma megaoperação policial, a Cracolândia resiste, com o fluxo espalhado pelo centro de São Paulo.
No “quadrilátero da droga”, porém, o cenário mudou: usuários dividem território com espigões residenciais de 17 andares, recém-construídos. Com obras, desapropriações e demolições em andamento, frequentadores e moradores vivem clima de incerteza – e o acirramento da tensão tem provocado conflitos com guardas-civis e policiais, e até invasões nos novos prédios.
Pontos de droga
Levantamento inédito do Departamento Estadual de Narcóticos (Denarc) aponta que há ao menos 275 pontos de venda de droga no varejo na cidade de São Paulo.
O mapeamento indica, ainda, que o crack se disseminou e já é vendido em cerca de 80% das biqueiras – como são chamados os locais de tráfico. Com a expansão do comércio, a Polícia Civil, agora, também mira as áreas denominadas de minicracolândias e planeja operações.
Na avaliação de policiais, a fragmentação dos “fluxos” facilita a realização de operações contra o tráfico.
Estadão // AO