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Testemunha diz que Rede Globo pagou propina por direitos de TV; emissora nega

A declaração foi feita durante depoimento no Tribunal do Brooklin, em Nova York, no julgamento do ex-presidente da CBF José Maria Marin.

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Testemunha diz que Rede Globo pagou propina por direitos de TV; emissora nega

O empresário argentino Alejandro Burzaco, ex-presidente da empresa Torneos Y Competencias, disse nesta terça-feira que a Rede Globo foi uma das empresas que pagaram propinas para vencer a concorrência por direitos de transmissão de competições internacionais, como a Copa América. A declaração foi feita durante depoimento no Tribunal do Brooklin, em Nova York, no julgamento do ex-presidente da CBF José Maria Marin.

Burzaco foi ouvido como testemunha de acusação no processo. Ele é um dos investigados no escândalo da Fifa e se declarou culpado. Além da Copa América, a investigação da Justiça norte-americana também apura corrupção na compra dos direitos da Copa Libertadores e do torneio Copa do Brasil.

Além da Globo, Burzaco também a Fox Sports americana, a Televisa mexicana, a Mediapro espanhola, além da Traffic, empresa do brasileiro J. Hawilla.

Procurada pela reportagem do Estado, a Rede Globo respondeu por meio de nota e negou qualquer ato ilícito. “Sobre depoimento ocorrido em Nova York, no julgamento do caso Fifa pela Justiça dos Estados Unidos, o Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina”, diz o texto.

“Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos. Por outro lado, o Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido. Para a Globo, isso é uma questão de honra. Não seria diferente, mas é fundamental garantir aos leitores, ouvintes e espectadores do Grupo Globo que o noticiário a respeito será divulgado com a transparência que o jornalismo exige”, continuou a nota da emissora.

A Fox Sports também se manifestou, afirmando que “qualquer menção em relação a que Fox Sports teve conhecimento ou aprovou subornos é absolutamente falsa. A Fox Sports não tinha controle operacional da entidade que Burzaco dirigia. A entidade administrada por Burzaco era uma filial da Fox Pan American Sports, que em 2008, no momento do contrato em questão, era propriedade majoritária de uma empresa de capitais privados e sob seu controle operacional e gestão”.

Marin está preso desde 27 de maio de 2015. Inicialmente, ficou em uma prisão na Suíça. Transferido para Nova York, cumpre prisão domiciliar em seu apartamento na 5ª Avenida. Ele é acusado de recebimento de propina na negociação dos direitos da Copa do Brasil e da Copa América.

Estadão Conteúdo // AO