O Corpo de Bombeiros contabiliza 100 incêndios em favelas da cidade de São Paulo este ano – ao menos três pessoas morreram. O número se aproxima do total registrado em 2015, quando houve 136 sinistros.
Segundo o capitão Marcos Palumbo, porta-voz dos bombeiros, o problema é intensificado pelo tempo seco, que predomina desde abril e deve continuar até outubro, no período de estiagem. Nas ocorrências em favelas, o fogo se espalha com facilidade por causa das condições precárias das moradias.
“Pode ser um curto-circuito ou displicência na cozinha, um vazamento de gás. São causas acidentais. Mas há casos que a gente pergunta o que aconteceu e descobre que alguém ateou fogo no barraco após uma briga”, disse Palumbo.
Uma panela esquecida no fogo foi a causa do incêndio da favela Alba, zona sul, que matou o cadeirante Weliton Roberto Seara, de 11 anos, na última segunda-feira (25). Os moradores tentaram apagar as chamas com água de um córrego, mas não conseguiram evitar a destruição de 40 barracos.
No incêndio da comunidade Douglas Rodrigues, na Vila Maria, zona norte, no dia 18 de julho, morreram o pedreiro Severino José Ferreira Filho, de 65 anos, e outra vítima ainda não identificada. Ao menos 440 famílias ficaram sem moradia. No dia 14 de maio, 100 barracos ficaram destruídos após incêndio na favela de Paraisópolis, uma das maiores da capital.
Chama Segura
Segundo Palumbo, a campanha Chama Segura, que dissemina a cultura de prevenção em comunidades carentes, distribuiu 10 mil kits de instalação de gás de cozinha, contendo válvula, regulador de pressão e abraçadeiras.
No programa, os bombeiros instruem a população sobre a maneira correta de acondicionar, instalar e manusear o botijão de gás e, assim, evitar acidentes.
Reprodução; Agência Brasil