Nesta terça-feira (8), o presidente Michel Temer criticou o movimento de ocupações de escolas públicas contra medidas do governo, como a reforma do ensino médio e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabelece um teto para gastos públicos em setores como saúde e educação, para os próximos 20 anos.
Durante a abertura do seminário Infraestrutura e Desenvolvimento do Brasil, promovido pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e pelo jornal "Valor Econômico", Temer falou para uma plateia de empresários e executivos, e afirmou que é preciso aprender a respeitar as instituições. "O que menos se faz hoje é respeitar as instituições. Isso cria problemas e o direito existe exatamente para regular as relações sociais. Hoje, ao invés do argumento intelectual e verbal, usa-se o argumento físico. Vai e ocupa não sei o quê e bota pneu velho em estrada para impedir trânsito", criticou.
Temer ainda ironizou o fato de, segundo ele, alguns desconhecerem a PEC. "Você sabe o que é uma PEC? É aquela proposta de ensino comercial. As pessoas não leem o texto. Não estou dizendo se ocupa ou se não ocupa, estou falando no geral. A vida é assim. As pessoas debatem sem discutir ou ler o texto", disse.
O presidente afirmou que a reformulação no ensino médio é discutida "há séculos" e não tem como objetivo prejudicar os alunos de ensino público. "É interessante que estamos fazendo uma remodelagem para que não deixe mais que a pessoa, na segunda série, não saiba multiplicar, ou não saiba falar o português, que fala um idioma que a pessoa não sabe nem de onde vem. O que a MP fez foi agilizar o debate", ressaltou, acrescentando: "Se quiser o final da MP e pegar um projeto de lei que está lá, que assim seja. Queremos a renovação do ensino médio. Se for necessário aprovar um projeto de lei, votaremos, não há nenhum problema nisso."
Reprodução: Jornal do Brasil