A queda na taxa de desemprego vem ocorrendo com aumento da população ocupada, mas a maior parte dos empregos gerados são precários, alertou o coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo.
O órgão informou nesta sexta-feira, 29, que a taxa de desemprego ficou em 12% no trimestre encerrado em novembro passado, ante 12,2% no trimestre terminado em outubro e 12,6% nos três meses findos em agosto. É o menor nível desde o quarto trimestre de 2016, quando a taxa havia ficado nos mesmos 12%, mas, ainda assim, é a maior taxa para trimestres encerrados em novembro desde o início da série, em 2012. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
“Essa taxa se dá em função do aumento da ocupação, e não de pessoas saindo do mercado de trabalho”, disse Azeredo. O País ganhou 887 mil postos de trabalho em apenas um trimestre, na passagem dos três meses findos em agosto para o trimestre encerrado em novembro, um crescimento de 1% na população ocupada.
Segundo Azeredo, foi a primeira vez que a população ocupada teve aumento significativo. O contingente total da população ocupada, de 91,9 milhões de pessoas, é o maior desde o quarto trimestre de 2015, quando havia ficado em 92,2 milhões de pessoas.
Azeredo chamou atenção, porém, para o fato de o crescimento estar associado a vagas de trabalho marcadas pela informalidade, com empregos não registrados. Enquanto o contingente de ocupados com carteira assinada caiu 0,6% na mesma base de comparação, com 194 mil vagas a menos, os aumentos foram verificados no trabalho sem carteira (3,8% de alta no total de ocupados, com 411 mil vagas a mais), no trabalho doméstico e por conta própria.
“Uma retomada de volume de pessoas trabalhando a gente assiste no mercado de trabalho brasileiro, agora, junto com isso vem um contingente muito grande de trabalho precário”, afirmou o coordenador do IBGE.
Estadão Conteúdo // AO