Brasil

Tarso diz que avisou Lula sobre ação da PF na casa de seu irmão Vavá

Tarso depôs nesta quinta-feira, 16, ao juiz federal Sérgio Moro, como testemunha de defesa de Lula

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O ex-ministro da Justiça (2007/2010) Tarso Genro disse que avisou o então presidente Lula – no início do seu segundo mandato – sobre uma ofensiva da Polícia Federal que pegou o irmão do petista, Genival Inácio da Silva, o Vavá, alvo da Operação Xeque-Mate – deflagrada em 2007 para combater esquema de jogos ilegais em Mato Grosso do Sul. Tarso depôs nesta quinta-feira, 16, ao juiz federal Sérgio Moro, como testemunha de defesa de Lula na ação penal aberta contra o ex-presidente no caso do tríplex do Guarujá. Um dos defensores de Lula indagou do ex-ministro se tinha conhecimento de algum ato do petista relacionado a irregularidades.

Tarso lembrou que Lula era enfático no sentido de combater a corrupção. Neste momento, relatou a Moro como soube da ação da PF que pegou Vavá e como avisou o então presidente. “Eu tinha assumido recentemente o Ministério da Justiça e chegando de uma viagem ainda na Base Aérea (em Brasília) estava lá me aguardando o chefe da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e o diretor de Inteligência da Polícia Federal, me disseram ‘olha, ocorrerá uma diligência amanhã pedida pelo Ministério Público e determinada à Polícia Federal na casa de um irmão do presidente, nós queremos lhe avisar’. Eu digo: ‘está tudo regular? tem ordem escrita? tem orientação? Então que se proceda.” Naquela mesma noite, segundo Tarso, ele foi a Lula.

“Cumprindo minhas obrigações como ministro procurei o presidente Lula, já era depois da meia noite. ‘Presidente, queria lhe informar que amanhã cedo vai ocorrer uma dligência na casa do seu irmão’. O presidente me perguntou ‘está tudo legal, tudo regular?’ Eu disse ‘sim, está tudo legal, tudo regular’. Ele disse. ‘Então, que se proceda essa diligência, te agradeço por informar.” Na manhã de 4 de junho de 2007 agentes da PF vasculharam a residência de Vavá, em São Bernardo do Campo. Ele foi indiciado por tráfico de influência. Outros 100 investigados foram enquadrados na Operação Xeque-Mate. Sete anos depois, a Justiça arquivou a investigação.

Estadão Conteúdo