A Polícia Federal reuniu a imprensa, na tarde desta quarta-feira (22), em sua sede no Centro de Santos, no litoral de São Paulo, para explicar, de acordo com suas investigações, como funcionava o esquema de produção e distribuição de arquivos contendo imagens de abuso sexual contra cinco crianças, que possuem entre 4 e 11 anos. A ação, denominada "Operação Resgate", foi deflagrada nas primeiras horas desta quarta-feira. Quatro pessoas foram presas.
De acordo com informações da Polícia Federal, em janeiro deste ano, a investigação identificou a distribuição de fotos e vídeos contendo exploração sexual de crianças e adolescentes em sites internacionais. As fotos e vídeos, segundo a PF, eram produzidos por um morador de Praia Grande.
Os nomes dos presos não foram divulgados na coletiva. A polícia, porém, revelou que os dois homens e as duas mulheres presas fazem parte da mesma família, e que produziam e armazenavam os vídeos de estupro das crianças. Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Segundo o chefe de investigação da Polícia Federal, Valdemar Latance Neto, um dos homens era o responsável pelo estupro e produção dos vídeos. “Ele, inclusive, foi preso em flagrante por estar com os vídeos em posse. Os outros foram presos pelo armazenamento das imagens e por saberem que aquelas crianças viviam próximas a eles”, disse.
As investigações, por meio de sites internacionais, levaram a polícia ao homem, que tem cerca de 40 anos. De acordo com o chefe de investigações, há na internet uma espécie de intercâmbio de imagens com o termo “abuso sexual de menores”. “Existe este intercâmbio entre as pessoas que apreciam esse tipo de pornografia. Essas imagens que ele produzia, inéditas nesse mercado ilícito absurdo, têm muito valor, e acredito que até mesmo por isso ele as produzia e divulgava”.
Ainda segundo Latance Neto, as crianças fazem parte do círculo de convivência dos acusados. "São crianças próximas a todos os suspeitos. Nós já identificamos cinco dessas crianças, que possuem entre 4 e 11 anos, mas nós investigamos se há mais menores de idade envolvidos", falou.
De acordo com a Polícia Federal, a primeira parte das investigações foi concluída, mas a PF buscará novas provas. “Existe a possibilidade deles terem cometido outros crimes com outras crianças”, falou o chefe das investigações.
Os investigados responderão pela prática dos crimes previstos nos artigos 217-A do Código Penal (pena de reclusão de 8 a 15 anos), 240 (pena de reclusão de 4 a 8 anos e multa), 241-A (pena de reclusão de 3 a 6 anos e multa) e 241-B (pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa) do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Os suspeitos passarão por uma audiência de custódia nesta quinta-feira (23), para que o juiz decida qual será o destino dos presos.
Reprodução: G1