Brasil

Sistema Cantareira tem em julho maior queda de nível desde o fim da crise hídrica

Em mês seco represas perderam 4,1 pontos percentuais, mas ainda operam com 62,8% da capacidade.

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Imagem aérea da represa do Atibainha, em Nazaré Paulista. O reservatório faz parte do sistema Cantareira, que opera com 65% da capacidade, segundo índice da Sabesp (Foto: Luis Moura/WPP/Estadão Conteúdo)

Sistema Cantareira, que abastece 7,7 milhões de pessoas na Grande São Paulo, registrou em julho a maior queda desde o fim da crise hídrica, em março de 2016. O nível das represas caiu 4,1 pontos percentuais, de 66,9% para 62,8% da capacidade, mais que os 2,4 pontos percentuais de queda registrados em setembro do ano passado. Os dados são da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Apesar da queda, o sistema ainda opera com quantidade elevada de água em comparação com o período da crise hídrica. A Sabesp diz considerar a atual variação “normal” para o inverno. O mês de julho é o mais seco desde 2008, segundo o Inmet.

O sistema, porém, não caia tanto desde agosto de 2014, auge da crise hídrica, quando a diminuição registrada foi de 4,3 pontos percentuais.

Outra marca que acende o sinal amarelo nas represas do Guarapiranga é a baixa precipitação. A chuva nas represas em julho ficou em 2,1 mm, também a menor desde o fim da crise hídrica, mais escassa inclusive que a registrada em abril de 2016, quando choveu 4,4 mm.

Na capital, não chove há 49 dias, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE). Uma frente fria deve mudar o tempo na quinta-feira (3).

Crise hídrica

A crise hídrica começou em 2014 com a redução acelerada dos níveis das represas. Diversas obras tiveram início para tentar diminuir a dependência da população da Grande São Paulo do sistema Cantareira, que antes abastecia 9 milhões de pessoas. Também foram intensificadas manobras de redução de pressão, o que deixou alguns bairros com problemas de fornecimento durante meses.

A saída mais emergencial foi o bombeamento do volume morto, águas mais sujas que ficam no fundo das represas, abaixo do nível considerado “utilizável” em situações normais. O bombeamento aconteceu entre maio de 2014 e dezembro de 2015.

A Sabesp afirma que a variação negativa no nível dos mananciais é normal para o inverno. “As represas servem justamente para garantir o abastecimento de água entre abril e setembro, quando historicamente as chuvas são escassas”, diz a Sabesp.

O nível de 62,8% é maior que os 53,4% registrados em 31 de julho de 2013, ano anterior ao da crise hídrica. A capacidade do nível útil do sistema é de 982 bilhões de litros.

Segundo a Sabesp, outro ponto positivo a ser observado é que o padrão de consumo da população na Grande São Paulo mudou após a estiagem de 2014 e 2015 e hoje a produção de água é 15% menor em relação ao que era há quatro anos.

Sistemas

Ao todo, seis sistemas fornecem água para as cidades paulistas. Veja os índices nesta segunda:

Cantareira: 62,8% da capacidade
Alto Tietê: 56,3% da capacidade
Guarapiranga: 73,5% da capacidade
Alto Cotia: 97,5% da capacidade
Rio Grande: 81,7% da capacidade
Rio Claro: 98,3% da capacidade

Reprodução/G1