O ex-governador do RJ Sergio Cabral virou réu em mais uma ação por improbidade administrativa. Dessa vez, a denúncia envolve as obras da Linha 4 do metrô – que custou quase R$ 10 bilhões e foi o empreendimento mais caro feito para os Jogos Olímpicos de 2016.
Cabral vai responder por improbidade administrativa junto a outros 22 réus, incluindo 15 empresas.
A denúncia que a GloboNews teve acesso com exclusividade tem 140 páginas. É pelo menos a quinta envolvendo a Linha 4 do metrô.
As três primeiras focaram no superfaturamento e no sobrepreço da obra. Na última segunda-feira (1º), outra ação foi ajuizada, relacionando caixa 2 de campanha e assinatura de um aditivo na obra. Já esta de agora é voltada para a subcontratação da obra.
De acordo com os promotores, as obras da Linha 4, que liga as zonas Sul e Oeste da cidade, não foram executadas pela concessionária Rio Barra S/A, vencedora da licitação.
O documento aponta que a Rio Barra "subcontratou as obras com dois consórcios construtores. E, valendo-se do mesmo modus operandi, subcontratou também a operação do serviço concedido".
"A concessionária Rio Barra S/A também não investiu nenhum recurso financeiro, nem empregou esforços próprios na implementação da Linha 4 do metrô, e também não realiza a sua operação", diz a denúncia.
O documento mostra ainda que a empresa não realizou nenhum dos investimentos iniciais previstos e, mesmo assim, aufere remuneração pela operação do serviço.
Para os promotores, a concessionária passou a agir "como se administrador público fosse", "redirecionando obra pública de valores bilionários" a sociedades empresárias que não passaram pelo crivo licitatório. Isso "elimina a presunção de que seja executada pelo mais habilitado e de forma mais vantajosa para a administração pública", destaca o texto.
G1 // AO