Brasil

Senha para vacina contra febre amarela é vendida por até R$ 70

Segundo moradores, valor de cada senha variava entre R$ 30 e R$ 70.

NULL
NULL

Venda de vacina é denunciada em unidade de saúde da Serra (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)

A venda de senhas para a vacina contra a febre amarela foi denunciada por pessoas que passaram a noite na fila do posto de saúde do bairro Serra Dourada II, na Serra, Grande Vitória, nesta quarta-feira (25). O valor de cada senha variava entre R$ 30 e R$ 70.

Pessoas que estavam no local contaram que, às 7h, quem realmente ia tomar a vacina entrava na fila no lugar das que passaram a noite no local. Foram distribuídas 270 senhas no posto.

“O que mais tinha era gente vendendo senha. Teve gente que ficou na fila desde ontem (terça-feira), 17h, e de manhã estavam aí vendendo senha. Eu cheguei a comprar, por R$ 30. Minha senha é de número 236. É uma situação deprimente ter que dormir na fila para conseguir ser atendido. Teve gente que pagou bem mais caro, tipo R$ 70”, contou a estudante Evelyn Neves.

Ela disse que já havia pessoas se oferecendo para ficar na fila para outros durante a noite desta quarta. "Já tinha gente 'se alugando' para amanhã", falou.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura da Serra disse que as senhas são distribuídas conforme a ordem de chegada na unidade de saúde e que o serviço de saúde não tem autonomia para intervir no espaço fora da unidade.

Fila no dia anterior
A fila para conseguir tomar vacina contra febre amarela na manhã desta quarta-feira (25) começou a se formar na tarde desta terça (24), na unidade de saúde de Serra Dourada, na Serra, Grande Vitória. Por volta das 23h, a fila já dobrava o quarteirão.

Na unidade de Bela Aurora, em Cariacica, também teve procura já na noite de terça.

O caminhoneiro Juscelino Manoel foi o primeiro da fila e chegou ao local às 17h. Ele roda o interior do estado e de Minas Gerais, onde o surto da febre começou. “Trabalho lá no Porto de Capuaba, transporto contêiner, essas coisas, aí é uma área muito perigosa. Vim tomar porque fiquei apavorado”, declarou.

“Eu cheguei aqui 17h30, para conseguir ficha para a parte da manhã. Estamos aqui para isso. Chegamos eu, minha sobrinha, minha cunhada”, contou a doméstica Francisca Pereira.

Pela terceira vez, a soldadora Marlene Costa tenta tomar a vacina. “Eu vim na quarta-feira passada, cheguei às 6h e acabaram as fichas. Vim de novo na sexta-feira, cheguei às 2h e eles deram só 80 fichas. E, hoje, eu cheguei aqui quase às 17h”, disse.

Reprodução/G1