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RN vê 'indicativos' de relação entre ataques a bancos e facções

Governador pede prorrogação da atuação das Forças Armadas em Natal

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 src=O Governo do Rio Grande do Norte diz que há possibilidade de que os ataques às agências bancárias tenham relação com facções criminosas que roubam “para se capitalizarem de forma a possibilitar ações contra o estado”. Esse é um dos cinco itens elencados no pedido de prorrogação da permanência das Forças Armadas na Grande Natal, conforme documento enviado pelo governador Robinson Faria ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, na semana passada. No documento, Robinson destaca que "há indicativos de intensificação das ações dos faccionados contra agências bancárias".

Nesta segunda-feira (30), criminosos invadiram a agência e explodiram um caixa eletrônico do Banco do Brasil na cidade de Lajes, na região Central potiguar.
De acordo com a Polícia Militar, pelo menos 10 homens metralharam a delegacia, atacaram a agência bancária e bloquearam as entradas da cidade.

Somente em 2017, cinco agências bancárias foram alvo de bandidos em quatro ataques. A rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz começou no último dia 14, após o início, dois ataques foram registrados, um na cidade de Tangará, na região Agreste e outro na cidade de Cerro Corá, na região Central potiguar.

No último dia 28, duas bases da Polícia Militar foram atacadas em Natal. De acordo com o major Eduardo Franco da assessoria de comunicação da PM, a suspeita é de são ataques orquestrados contra a corporação. “Os dois têm as mesmas características e aconteceram em horário próximo”, ressaltou. Ninguém ficou ferido.

Militares do Exército, Aeronáutica e Marinha estão atuando nas ruas de Natal e de cidades da Grande Natal, com objetivo de coibir novas ondas de ataques a ônibus ou instituições públicas.

Ataques
Uma onda de ataques criminosos aconteceu após a transferência de 200 presos de Alcaçuz., vinte e seis ônibus e micro-ônibus, cinco viaturas do governo do estado e das prefeituras, um caminhão, dois carros particulares, quatro delegacias e outros três prédios públicos foram alvos de criminosos. Não há informação de pessoas feridas. Os atentados, a maioria incendiários, foram registrados em dez municípios.

Mais de 10 pessoas foram presas, segundo o delegado geral Claiton Pinho. Neste sábado (21), ele confirmou que os ataques que vêm ocorrendo no estado, a maioria incendiários, têm relação com a rixa envolvendo facções criminosas que agem dentro e fora dos presídios potiguares.

Militares nas ruas
Homens das Forças Armadas estão nas ruas da capital potiguar e região metropolitana para garantir a segurança da população. A atuação dos agentes da Marinha, Aeronáutica e Exército nas ruas de Natal começou na última sexta (20) e segue atéesta segunda-feira (30). Mas o Governo do Estado já solicitou a prorrogação dos trabalhos da Forças Armadas no Estado por mais 10 dias.

Crise no sistema penitenciário 
O Rio Grande do Norte enfrenta uma crise no sistema penitenciário, que teve o ápice com uma rebelião que deixou 26 mortos no dia 14 de janeiro, na Penitenciária Estadual de Alcaçuz..

Responsáveis
Um total de 111 detentos do pavilhão 5 da Penitenciária Estadual de Alcaçuz terão suas penas aumentadas. Os presos foram ouvidos neste sábado (28) e, de acordo com a Polícia Civil, serão autuados de acordo com suas responsabilidades por posse de arma de fogo, posse de drogas, dano qualificado, apologia ao crime, associação criminosa ou motim.

“Esses 111 homens estão diretamente ligados com os crimes ocorridos dentro da penitenciária”, explicou o delegado-geral de Polícia Civil, Claiton Pinho. Ainda segundo o delegado, após a autuação, os detentos têm as penas acrescidas de acordo com o julgamento do crime cometido.

A operação aconteceu após a apreensão de um revólver, mais de 500 facas artesanais, celulares e drogas nesta sexta-feira (27). Homens do Grupo de Operações Especiais (GOE) do governo do Rio Grande do Norte e agentes federais de execução penal da força-tarefa realizaram uma operação nos pavilhões 4 e 5.

Massacres
O Rio Grande do Norte foi o terceiro estado a registrar matanças em presídios deste ano no país. Na virada do ano, 56 presos morreram no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. Outros oito detentos foram mortos nos dias seguintes no Amazonas: 4 na Unidade Prisional Puraquequara (UPP) e 4 na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoal. No dia 6, 33 foram mortos na Penitenciária Agrícola Monte Cristo (Pamc), em Roraima.

O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, classifica o massacre em Alcaçuz como "retaliação" ao que ocorreu em Manaus, onde presos supostamente filiados ao PCC foram mortos por integrantes de uma outra facção do Norte do país.

O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, afirmou nesta quarta-feira (25) que pretende desativar a Penitenciária de Alcaçuz ainda este ano. Segundo ele, a construção de três novos presídios permitirá a transferência dos presos da unidade. "A construção de Alcaçuz naquele local foi um grande equívoco naquele local, porque é uma área de geografia turística", afirmou Faria. Segundo o governador, os três presídios serão feitos de forma modular, para adiantar a entrega.

Reprodução: G1