Deputado federal e relator da proposta que trata da reforma da previdência, Arthur Maia (PPS-BA) assegura que a pressão popular não vai interferir em sua opinião sobre o polêmico projeto.
Na última sexta-feira (24), manifestantes protestaram em frente à sua casa, no bairro do Itaigara, mas ele argumenta que não pode elaborar um parecer pensando em atos como esse.
"Recebo [os protestos] com respeito, com seriedade, mas não muda o conceito que tenho em relação à questão. Tem gente que me fala: 'Ah, não voto mais em você'.
Mas se eu for fazer um parecer dessa importância pensando em voto, não estarei pensando no Brasil", argumentou o parlamentar em entrevista ao Bahia Notícias, destacando que não quer transformar a discussão "em um fato político e eleitoral".
Maia ressaltou que o projeto enviado pelo governo ainda deve passar por mudanças no Congresso Nacional.
Segundo ele, um dos maiores dilemas reside nas regras de transição, alvo de diversas emendas sugeridas pelos parlamentares em Brasília. "A gente tem uma situação em que existem pontos da PEC que estão 'duros', que precisam ser trabalhados.
Acho que ela não está muito correta mesmo não, mas é uma coisa semelhante à escalação da seleção brasileira. Cada um tem, a sua proposta", comparou.
O relator do projeto acrescenta que muitos deputados querem uma regra de transição que considere a idade e o tempo de contribuição, não apenas a idade, como sugerido pelo Palácio do Planalto.
No entanto, cada alteração à matéria deve ser discutida com o Ministério do Planejamento para avaliar o quanto elas devem pesar nos blocos públicos.
"Cada emenda dessa, cada flexibilização, necessariamente terá um custo. Não tem direitos que você conceda que não tenha um custo. A gente sabe que tem algumas que vão ser aceitas", pontuou o deputado.
(Bahia Notícias) (AF)