Brasil

Recife tem 2º dia de greve dos rodoviários

Passageiros enfrentam transtornos para usar o transporte público.

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Pelo segundo dia consecutivo, os usuários do transporte público enfrentam dificuldades para se locomover pela Região Metropolitana do Recife, nesta terça-feira (4), por causa da paralisaçãodos rodoviários, deflagrada por tempo indeterminado. Mesmo com a liminar expedida na segunda-feira (3) pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), determinando a circulação de 50% da frota nos horários de pico e 30% nos demais horários, filas, correria, longos períodos de espera pelos coletivos e tumulto para entrar nos ônibus que circulam nos principais terminais da capital e do Grande Recife.

Nas paradas de ônibus, o movimento de pessoas era consideravelmente maior que no dia anterior. O Terminal Integrado Pelópidas Silveira, em Paulista, é o mais movimentado do Grande Recife. Com 25 linhas de ônibus, pelo local passam, diariamente, 69 mil passageiros. Em frente ao terminal, durante as primeiras horas do segundo dia de greve, dezenas de pessoas se amontoavam à espera dos coletivos. No local, as catracas foram fechadas, para evitar que a população pagasse passagem sem garantia de haver ônibus circulando.

Um dos passageiros prejudicados pela greve foi o pedreiro Edvaldo Luiz, que chegou ao Pelópidas Silveira às 4h e até as 6h30 esperava transporte na rodovia PE-15, do lado de fora do terminal. "Moro no Engenho Maranguape, no Janga, e ontem não consegui trabalhar, porque não tinha ônibus. Hoje, estou esperando a possibilidade de condução pela empresa em que trabalho, mas nem que seja ao meio-dia, preciso ir trabalhar", disse.

No Terminal Joana Bezerra, na região central do Recife, passam dez linhas, que atendem 45 mil pessoas por dia. No início da manhã desta terça (4), diversas pessoas aguardavam os ônibus por horas, sem garantia de embarcar. O terminal conta com integração com a estação do metrô, que faz a conexão entre as linhas centro e sul do metrô.

Diretor de operações do Grande Recife Consórcio de Transporte, André Melibeu afirmou que, às 6h30, havia 27% da frota de ônibus nas ruas. "Infelizmente, não temos o que fazer. A demanda de passageiros está muito maior, porque as pessoas tinham a expectativa de ter o serviço. Dos 16 orientadores de fila que temos em Joana Bezerra, estamos com apenas seis, que foram deslocados ao desembarque, para evitar a entrada de pessoas nos ônibus no local. A situação está difícil", reconheceu.

Uma audiência de instrução ocorre no TRT-6 às 11h desta terça (4) para tentar chegar a um acordo entre empregadores e rodoviários. "Vou relatar o descumprimento da liminar que determina o mínimo de ônibus nas ruas. O julgamento do dissídio coletivo deve acontecer no dia seguinte [quarta (5)]", explicou o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), Fernando Bandeira.

Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, Benílson Custódio, a entidade ainda não havia sido formalmente notificada da desisão do TRT-6 e, enquanto não houvesse a formalidade, os rodoviários manteriam os 30% do serviço determinados pela Lei de Greve.

Entenda o caso

Através da paralisação, a categoria reivindica reajuste salarial de 7%, além do aumento de 20% no vale-refeição e melhores condições de trabalho. Além de alterar a movimentação em paradas de ônibus e terminais integrados de passageiros, a greve dos rodoviários diminuiu a circulação de clientes no comércio do Centro do Recife. 

Devido ao segundo dia da paralisação, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) suspenderam as aulas da terça-feira (4). As duas instituições já haviam suspendido as atividades para os alunos nesta segunda-feira (3), data de início da paralisação da categoria.

De acordo com a UFPE, as demais atividades acadêmicas e administrativas estão mantidas na instituição, assim como na UFRPE. A Universidade de Pernambuco (UPE) informou que as aulas e as atividades administrativas estão mantidas nesta terça (4), mas as faltas serão abonadas. O G1 tentou entrar em contato com o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), mas não obteve retorno às ligações.

Fonte: G1