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PT é o partido mais associado à Lava Jato, diz pesquisa

Estudo realizado pela Ipsos em junho revela ainda que 96% dos entrevistados desejam que operação siga até o fim, custe o que custar

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CONGRESSO PTLevantamento realizado neste mês pela empresa Ipsos, especialista em pesquisa de mercado, aponta que o PT é o partido mais associado à corrupção no âmbito da Operação Lava Jato. De acordo com o estudo, a legenda foi lembrada por 64% dos entrevistados de forma espontânea. O PMDB foi o segundo mais citado, com 12%, e o PSDB somou 3% das respostas. Outros 17% não souberam opinar sobre o tema. A grande maioria (82%), no entanto, afirmou que as investigações estão mostrando que todas as siglas são corruptas.

A pesquisa também revelou que para 96% dos entrevistados a operação deve continuar até o fim, custe o que custar. Mas o resultado final ainda é uma incógnita – 50% das pessoas acreditam que a “Lava Jato não vai acabar em pizza”, 32% que vai e outros 18% disseram que não é possível responder a essa pergunta. Realizada entre os dias 1º e 13 de junho, a pesquisa Ipsos ouviu 1.200 pessoas de forma presencial em 72 municípios brasileiros. A margem de erro é de 3%.

Com foco na Lava Jato, o levantamento também questionou sobre qual legado a operação pode deixar para o País. Segundo 87% dos entrevistados, a ação anticorrupção vai fortalecer a democracia no Brasil. Outros 79% ainda acreditam que as investigações podem ajudar a deixar o País mais sério. Para 95% dos brasileiros ouvidos, a Lava Jato deve continuar mesmo que traga mais instabilidade política e para 94%, mesmo que traga mais instabilidade econômica.

Veja os 10 políticos com maior taxa de desaprovação, segundo pesquisa

Questionados, de forma espontânea, quais nomes estão envolvidos na Lava Jato, as respostas foram: Lula (PT), citado por 57% dos entrevistados; Aécio Neves (PSDB), lembrado por 44%; Michel Temer (PMDB), com 43% das citações; Dilma Rousseff (PT), com 35%; e Eduardo Cunha (PMDB), com 33%. Também figuram na lista, desta ordem, Renan Calheiros (PMDB), José Serra (PSDB), Geraldo Alckmin (PSDB), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Romero Jucá (PMDB), Rodrigo Maia (PMDB), Marina Silva (Rede), Gilmar Mendes e Jair Bolsonaro.

Quando os mesmos entrevistados receberam uma sugestão de nomes, a ordem das respostas mudou. Na pesquisa estimulada, os dez nomes mais citados com envolvimento na Lava Jato foram: Michel Temer (90%), Aécio Neves (88%), Eduardo Cunha (88%), Lula (87%), Dilma Rousseff (82%), Renan Calheiros (67%), José Serra (52%), Fernando Henrique Cardoso (45%), Geraldo Alckmin (43%) e Rodrigo Maia (39%).

Avaliação governo. A avaliação do governo do presidente Michel Temer teve uma piora de quatro pontos percentuais comparado ao mês anterior. Hoje, 84% dos brasileiros classificam a gestão Temer como ruim e péssima. Em maio, o índice era de 80% e, em janeiro deste ano, de 59%. A avaliação pessoal do nome de Temer também piorou. Em maio, 86% dos entrevistados desaprovavam sua conduta. Hoje, esse índice é de 93%. Essa taxa de reprovação transforma o presidente na figura pública mais mal avaliada entre os entrevistados. Atrás deles estão Eduardo Cunha (92%), Aécio Neves (91%) e Renan Calheiros (84%).

Considerando os políticos que já disputaram o segundo turno em um pleito presidencial, Aécio Neves é o tucano com maior taxa de rejeição com 91%, alta de 14 pontos percentuais sobre a edição anterior.  O político mineiro é seguido por José Serra, com 79% – aumento de nove pontos em relação a maio –  e por último, Geraldo Alckmin com 71%, o que representa sete pontos a mais comparado ao último mês. 

Marina Silva, da REDE, que vinha numa constante queda do índice de rejeição, em junho, apresenta taxa de desaprovação de 62%. Por outro lado, o juiz Sérgio Moro, o apresentador Luciano Huck e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa são os nomes melhores avaliados com 63%, 44% e 42% de aceitação, respectivamente.

Reprodução: Estadão Política