Brasil

Promotoria investiga obra bilionária de Aécio Neves

Inquérito do Ministério Público estadual de Minas foi aberto em setembro

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Aécio Neves teria participado de esquema de fraude em licitaçãoA Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público de Minas Gerais investiga suspeitas de fraude na licitação das obras da Cidade Administrativa de Minas Gerais, o mais caro projeto da gestão Aécio Neves (PSDB-MG) no governo do estado, entre 2003 e 2010. O inquérito civil público foi aberto em setembro de 2016, após as informações de que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro citaria em delação premiada na Operação Lava Jato o pagamento de propina de 3% no valor do empreendimento a um dos principais auxiliares da Aécio, o empresário Oswaldo Borges da Costa Filho. A obra da Cidade Administrativa custou R$ 1,2 bilhão.

Aécio Neves teria participado de esquema de fraude em licitação

Esta é a primeira investigação desde que a imprensa passou a divulgar que os delatores da Lava Jato citaram irregularidades na obra. A negociação da delação de Léo Pinheiro foi suspensa pela Procuradoria-Geral da República no ano passado, supostamente devido ao fato de que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, foi citado pelo empreiteiro, condenado a 26 anos por corrupção e lavagem de dinheiro. As informações foram divulgadas na época pela revista Veja. O caso da Cidade Administrativa deve reaparecer na delação premiada de executivos da Odebrecht, homologada pelo Supremo Tribunal Federal no começo do mês. O Ministério Público mineiro também apura o episódio envolvendo a licitação do centro administrativo, que já foi alvo de outro inquérito em 2007, quando foi lançada a licitação.

Na época, o consórcio formado pela Construcap (CCPS) – Engenharia e Comércio S/A, Convap Engenharia S/A e Construtora Ferreira Guedes S/A que participou do certame, entrou com uma representação no Ministério Público questionando o procedimento licitatório.

O consórcio da Construcap acabou sendo derrotado na licitação, dividida em três lotes entre a Camargo Corrêa, Odebrecht, e a construtora Andrade Gutierrez, além de empresas associadas.

A investigação com base na denúncia das empresas derrotadas foi arquivada em 2014, mas está sendo reanalisado com as novas delações decorrentes da Lava Jato.

A assessoria do PSDB divulgou nota sobre a acusação:

Nota do PSDB-MG

São falsas as acusações sobre irregularidades na obra da Cidade Administrativa.

Investigação do Ministério Público sobre a licitação da obra foi arquivada em 2014 após a constatação de absoluta regularidade de todos os procedimentos licitatórios. (Inquérito Civil Público 0024.07.000.185-4)

O  inquérito civil instaurado recentemente não traz nenhum indício ou prova de qualquer irregularidade. Foi aberto tendo como base apenas um email distribuído em uma rede de pessoas vinculadas ao PT.

O PSDB-MG não tem conhecimento de qualquer acusação de superfaturamento da obra.

Reprodução: Jornal do Brasil/ As informações são do jornal Estado de S. Paulo.