Os ex-secretários de Saúde Rafael Barbosa e Elias Miziara foram presos na manhã desta terça-feira (9) durante a operação Conteiner, que apura um esquema de pagamento de propina em troca de instalação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no Distrito Federal. Os dois chefiaram a pasta durante a gestão Agnelo Queiroz (PT). A operação é considerada um braço da operação Lava Jato.
Além deles, também foram presos o ex-secretário adjunto do DF Fernando Araújo e o ex-subsecretário José Falcão. Além deles, foi preso um diretor da empresa Kompazo, que vende material hospitalar e que também era usada em fraudes a licitações . O G1 tenta contato com a defesa de todos os citados.
Ao todo, são cumpridos nove mandados de prisão preventiva (por tempo indeterminado) e 44 mandados de busca e apreensão. Além de Brasília, a operação ocorre ao mesmo tempo no Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Goiás e Minas Gerais.
A operação investiga a contratação da empresa Metalúrgica Valença Indústria e Comércio pela Secretaria de Saúde. Segundo as investigações, a empresa era responsável pela entrega de materiais e montagem de UPAs e outros estabelecimentos do tipo (entenda o esquema mais abaixo).
Segundo o Ministério Público do DF, há “provas que indicam a atuação de servidores públicos na realização de licitações no âmbito da Secretaria de Saúde em benefício da Metalúrgica Valença e seu proprietário, o empresário Ronald de Carvalho”.
Outra empresa alvo da operação é a NHJ do Brasil Containers Ltda. De acordo com o MP, é "a mesma que forneceu o material para a construção do alojamento do time de base do Flamengo, onde ocorreu o incêndio que matou 10 atletas das categorias de base do clube".
Segundo as investigações, a NHJ faz parte do grupo de empresas envolvidas nas licitações. Ela é autora da planta baixa das UPAs. "Os documentos encartados nos autos demonstram que a NHJ estava alinhada com outras empresas do mesmo ramo, todas capitaneadas pela Metalúrgica Valença, havendo indícios, inclusive, da prática de crimes contra a ordem econômica."
A Polícia Civil do DF enviou um avião para o Rio para trazer os presos até Brasília, para a sede da instituição. Cerca de 350 pessoas participam da operação.
G1 // AO