Os 33 presos brutalmente assassinados na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo foram mortos porque se recusaram a entrar em uma facção que existe dentro do presídio, disse Uziel Castro, secretário de Justiça de Roraima (Sejuc) de Roraima, nesta segunda-feira (9).
"Não foi um acerto de contas, não foi uma vingança. O nosso serviço de inteligência está detectando possivelmente uma represália a presos que não queriam aderir à facção deles [Primeiro Comando da Capital]", declarou Castro em coletiva à imprensa. Nenhum suspeito de participar do massacre foi identificado.
Ao todo, 31 presos morreram na madrugada de sexta (6) na penitenciária que fica localizada na zona rural da capital. Após uma varredura, outros dois corpos foram encontradosenterrados na mesma unidade na tarde de sábado (7).
Conforme Uziel Castro, depois do conflito de outubro de 2016, quando 10 presos foram mortos dentro da penitenciária, os detentos foram separados nas unidades prisionais do estado de acordo com as facções que integravam.
Castro explicou que por conta disso há apenas presos do Primeiro Comando da Capital (PCC) cumprindo pena na unidade. Ele disse ainda que a Polícia Civil já abriu inquérito para investigar as mortes.
Polícia instaura inquérito
O delegado geral em exercício da Polícia Civil do estado afirmou que um inquérito foi aberto para apurar as mortes. Ele disse que, ao longo das investigações, presos e servidores serão ouvidos. A previsão é que o inquérito seja concluído em 30 dias.
"Instauramos inquérito policial onde será investigado as mortes, aqueles que executaram e os possíveis mandantes. Vão ser ouvidos presos, servidores, e ao final da apuração esperamos ter os nomes das pessoas que participaram e das que mandaram praticar aquela ação", disse.
O delegado afirmou ainda que existe uma linha de investigação onde é apontado que os presos mortos no massacre tinham a intenção de formar uma nova facção criminosa.
Reprodução/G1