Ao longo de 2017, a expansão das facções foi notada até em Estados onde historicamente as organizações criminosas não exerciam muita influência. Segundo informações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Goiás, a quantidade de membros batizados pelo PCC saltou de menos de cem para mais de 500 em um ano. Uma operação conjunta deflagrada em dezembro prendeu 87 pessoas sob acusação de integrarem a facção.
Segundo o Gaeco, o modo de atuação do PCC em Goiás copia o formato paulista, já implementado em diversos outros Estados: quem está fora sustenta quem está dentro.
A situação penitenciária preocupa a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, que viaja na próxima semana a Goiás para fazer uma blitz no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO), onde um confronto na segunda entre detentos deixou nove mortos. Outra blitz no Acre também está nos planos.
Cármen também vai agendar reunião em Brasília com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, e governadores dos 26 Estados e do Distrito Federal para tratar da crise penitenciária. O pedido foi feito pelo governador goiano, Marconi Perillo (PSDB), com quem a presidente do STF conversou por telefone na quarta-feira, dia3.
PCC
A pauta carcerária tem sido uma das principais bandeiras de Cármen Lúcia, que visitou 14 presídios em um ano à frente do CNJ. Cármen prometeu também que até abril o Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP 2.0) deverá ser estendido a todos os Estados. A plataforma desenvolvida pelo CNJ, que reúne informações processuais de presos, já foi implementada em Roraima. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. // AO