O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, decretou nesta quinta-feira (11) Estado de Calamidade Pública por causa da chuva. O decreto foi publicado no Diário Oficial do município e garante à Prefeitura o poder de, por exemplo, executar medidas excepcionais sem autorização do Legislativo. Isso inclui realocação de verbas e cortes de serviços para priorização em outras áreas.
O temporal que atingiu a capital fluminense a partir do fim da tarde de segunda (8) causou a morte de 10 pessoas. Segundo o Alerta Rio, órgão da Prefeitura, foi a chuva mais forte dos últimos 22 anos.
Houve deslizamentos de terra, ruas alagadas e carros ficaram boiando na água em bairros das zonas Sul e Oeste. O estágio de crise começou às 20h55 de segunda-feira e permanecia na manhã desta quinta, quase 60 horas depois .
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"Considerando que as fortes chuvas que atingiram o município nos últimos dias resultaram em enchentes e deslizamentos em encostas que colocam em risco inúmeras habitações, expondo a risco de morte considerado contingente de pessoas, além de danos materiais, ambientais e prejuízos econômicos, o que denota situação necessária à declaração de Estado de Calamidade Pública", afirma o texto da publicação.
A decisão afirma ainda que a decisão auxilia na tomada imediata de medidas emergenciais para que, em cooperação com outras esferas de governo, os problemas causados pela chuva sejam combatidos.
Em entrevista na última quarta-feira (10), em visita ao Jardim Maravilha, na Zona Oeste, o prefeito comentou declarações do coronel Roberto Robadey, chefe da Defesa Civil do Estado, de que a Prefeitura do Rio optou por não decretar estado de emergência, o que permitiria ao órgão atender com mais rapidez ocorrências, mesmo sem ser chamado.
"Se a gente ficar olhando para trás, não vamos resolver bulhufas. Hoje nós precisamos ter bom ânimo e enfrentar os problemas que não são só de agora. A última dragagem desde Rio foi feita em 96. É claro que nós temos que ter prioridades e a prioridade agora nesse momento é retomar essa dragagem, vamos dragar 2,5 quilômetros. Daqui sairão centenas de caminhões e vamos insistir com Brasília para que esse projeto seja feito como tem que ser feito", ressaltou, falando da importância de um acordo de cooperação com o governo federal.
Na mesma entrevista, Marcelo Crivella se queixou de dívidas herdadas pelo município, do aquecimento global e de escândalos de corrupção.
Demora nas ações
Na terça-feira (9), o prefeito do Rio admitiu, em entrevista à TV Globo, que houve falha de planejamento e demora nas ações durante o temporal. Segundo informações do RJ2, desde o início da sua gestão a Secretaria de Conservação tinha 200 homens prontos para entrar em ação em caso de chuva, mas só 20 homens foram às ruas na noite de segunda-feira (8), como o próprio Crivella explicou.
"Na verdade, esses homens são contratados. A prefeitura não tem esses homens próprios, nós temos seis empresas que fazem esses contratos, tanto de conservação como de drenagem, são mobilizados, no momento em que a gente precisa a gente chama e as pessoas vêm e trabalham intensamente (…) Foram mobilizados, o que atrasou foi porque houve um trânsito intenso na hora em que as pessoas estavam saindo do trabalho pra ir pra casa, e aí realmente houve atraso nos pontos principais da cidade", disse o prefeito na terça.
Na mesma entrevista, questionado sobre a demora, o prefeito disse que o protocolo foi mudado após reunião. "O que vamos fazer a partir de agora é reunir, no exato momento em que for pra [estágio de] atenção, o prefeito e mais todos os secretários da cidade, e aí nós vamos decidir juntos em que locais vamos colocar nossas equipes."
G1 // AO